* Yhulds Giovani Pereira Bueno
Ponta Porã (BR), uma cidade sul-mato-grossense com sua peculiaridade distinta das demais cidades de fronteira, pois faz divisa com a cidade de Pedro Juan Caballero Capital do Departamento de Amambay-PY.
Uma fronteira seca por assim dizer, pois basta atravessar a rua, e você já se encontra em outro país, algo que passa despercebido para os fronteiriços, mas que atrai muitos turistas que se encantam com essa situação, que faz parte do cotidiano deste povo.
Das várias memórias históricas de Ponta Porã, vamos resgatar uma de tantas que fazem parte das raízes do desenvolvimento desta fronteira de outros tempos, que hoje estão esquecidas, mas através de relatos de populares que cresceram escutando essas histórias ou viveram nesses tempos, essas histórias podem ser resgatadas.
O portão da granja era um arco grande feito de tijolos uma típica entrada de fazenda, neste local hoje existe uma praça e a rotatória da bandeira na entrada da cidade. Esse portão era a única entrada com bom acesso para o aeroporto da cidade e também de uma propriedade com muita variedade de animais, frutas, verduras, e como existia também uma grande criação de aves ficou conhecido pelos populares da época com portão da granja, nessa região existia um grande açude que se localizava no centro desta propriedade, onde hoje e o Bairro da Granja e Bairros adjacentes, mas popularizou-se como Bairro da Granja.
Créditos:
http://www.mochileiro.tur.br/ponta-pora.htm.
Entrada principal de Ponta Porã,
a direita da bandeira do Brasil se localiza a entrada do bairro da Granja.
Nesse
açude o 11º RC nesses tempos, levava seus cavalos para que os mesmos pudessem
ser lavados “banhados” pelos soldados. Nessa região também existia um campo
repleto de pés de guavira (planta frutífera da região) que atraia muitos
catadores da época.
Mas
a atração principal dos meninos e jovens da época era o açude, pois como era
grande permitia que os mesmos nadassem, se divertindo com as mais diversas
brincadeiras e suas peraltices, como o açude era próximo do local onde ficavam
as aves, tais meninos se utilizando de seus estilingues ou funda (objeto feito
em madeira nessa época, em formato de Y com borrachas amarradas que permitiram
lançar pedras em grande distancias), alvejavam atirando as pedras nas aves que
eram de preferencia peru, para serem despenadas e assadas pelos mesmos na beira
do açude, propiciando um banquete com frutas a todos que estavam presente
nesses tempos em meados da década de 50.
Com
o desenvolvimento e ampliação da cidade através da urbanização essa propriedade
se extinguiu dando espaço a construção de casas nessa região, segundo
informação de populares esse arco conhecido como portão da granja ficou nesse
local até final dos anos 60 início dos anos 70, quando foi feito uma nova
entrada para cidade, com uma pequena rotatória com o nome da cidade de Ponta
Porã em letras de concreto. Resgatar fatos do cotidiano histórico de um povo e
entender o seu desenvolvimento.
Pesquisador:
Yhulds Giovani Bueno. Professor de qualificação profissional, gestão e
logística (Programas Estaduais e Federais). Professor Coordenador da Rede Municipal de
Educação. Membro da diretoria executiva e do Grupo Xiru do CTG – Querência da
Saudade – Ponta Porã – MS.
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