segunda-feira, 26 de maio de 2025

 

Ponta Porã Linha do Tempo: A Origem histórica do Tereré, bebida símbolo da região fronteiriça do Brasil e Paraguai.

 

Por: Prof. Me. Yhulds Giovani Pereira Bueno.

 

 

“Fronteira querida do meu coração, fronteira amada, desejada e cobiçada, fronteira sem fronteiras e sem portão, fronteira aberta uma só nação, bom ser fronteiriço cheio de paixão”.

Fonte: http://pensador.uol.com.br/autor/yhulds_bueno/4/

 

Bebida símbolo da região de fronteira, todo fronteiriço, brasileiro, brasiguaio, paraguaio e tantos outros que pela região passam, não dispensam um bom tereré gelado com os remédios (“jujos” raízes, folhas plantas nativas terapêuticas da região de fronteira), mas de onde veio essa bebida, essa tradição? Segundo fontes de pesquisadores e historiadores que buscam informações sobre o assunto e publicam nas redes on line (internet) ou em livros, existem várias versões sobre a proveniência do tereré, entre muitas vamos abordar a e suas curiosidades.

Fonte:https://ervamatesantiago.com.br/curiosidades-sobre-a-santiago/terere-origens-receitas-erva-mate

História do chá mate no Paraná - Chás Real

De acordo com estudos, os povos indígenas foram os primeiros consumidores da erva-mate. Eles utilizavam como bebida e alimentação e a consideravam como uma planta sagrada. As maiores tribos eram os Guaranis, Kaingangs e Xetás, que moravam na região dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.

 

Fonte: https://matereal.com.br/historia-do-cha-mate.

 

A origem do tereré segundo historiadores e pesquisadores, data da invasão e colonização europeia por castelhanos e portugueses, quando era usado pelas tribos guarani, nhandeva, kaiowá e outra etnias chaquenhas, isso muito antes da Guerra do Paraguai. Diz à lenda que durante a Guerra do Paraguai, os soldados de ambos os lados (Brasil e Paraguai), durante os tempos de folga entre um combate e outro, ou às vezes até mesmo em pleno combate, gostavam de tomar um chimarrão para repor os ânimos. Buscando em memórias perdidas no tempo, mas reavivadas quando se reuniam os velhos amigos no fim de tarde, depois da lida no campo, dos afazeres diários sentados formando as rodas de “proza”, conversando, relembrando o passado quando tudo aqui era nada, e o nada virou tudo, comentando dos bravos corajosos que lutaram para defender sua bandeira sua honra, muitos tombaram lavando o chão de vermelho, marcando a terra, uns que passaram, mas não permaneceram, outros que vieram somente de passagem e aqui moraram até o fim.

Fonte: https://ihgms.org.br/vc-sabia/qual-a-origem-do-uso-do-terere-63

Assim foi a formação da região sul de Mato Grosso, marcada por guerras, conflitos e exploração, que suas histórias viraram causos e até lendas, de desbravadores que tiveram coragem, pois aqui formaram as estancias, construíram suas moradas e famílias, muitos causos perdidos no tempo, de muitas histórias adormecidas, mas graças a famílias que guardam com carinho essas memórias, que as mesmas podem ser no imaginário de cada fronteiriço revivido, através das narrativas destes feitos de outros tempos desta fronteira querida deste povo hospitaleiro.

Fonte:https://aguasdebonito.com.br/blog/outros/terere-bebida-do-mato-grosso-do-sul

Quando se ouve falar em exploração de erva mate na região fronteiriça do grande Mato Grosso de outros tempos, épocas distintas da formação de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, logo vem à mente a figura de Thomaz Laranjeiras, mas no tempo que foi criado a companhia foi registrado como:  (Laranjeira), que foi um dos percursores, se não o principal no pós-guerra da “Tríplice Aliança” a explorar o potencial do cultivo da erva nativa, expandindo e exportando aos quatro cantos das Américas, principalmente para Argentina que posteriormente se tornou um grande país produtor de erva mate.

Fonte: https://periodicoscientificos.ufmt.br/territoriosefronteiras/index.php/v03n02/article/view/336

Segundo informações e relatos de fontes e registros históricos. Thomaz Laranjeiras criou inicialmente a “Empresa Matte Laranjeira”, que posteriormente ficou denominada “Companhia Matte Laranjeira” esta surgiu de uma concessão imperial ao comerciante Thomaz Laranjeiras Registrado como: (Laranjeira). Que conseguiu por serviços prestados na “Guerra do Paraguai” sendo ele um colaborador fiel do império brasileiro fornecendo mantimentos entre outros itens para o exército da “Tríplice Aliança” durante o conflito armado, com a vitória do Brasil e seus aliados o mesmo obteve certas regalias uma delas a criação de sua companhia ervateira.

Fonte: https://periodicoscientificos.ufmt.br/territoriosefronteiras/index.php/v03n02/article/view/336.

Thomaz Laranjeiras com registro de: (Larangeira) desempenhou um papel importante na exploração de erva-mate no sul do Mato Grosso, mas sua primeira sede foi em Concepción, cidade do país vizinho Paraguai, onde sua Companhia, em meados de 1877, iniciava a exploração de erva-mate, mas com o passar dos anos ouve a necessidade de sua sede ser transferida para Porto Murtinho, com ampliação e a grande demanda, anos mais tarde foi transferida a sede para Guaíra (Paraná).

Fonte: https://blog.cowboystore.com.br/cultura-raiz/voce-sabe-onde-surgiu-o-terere-conheca-a-historia-dessa-bebida/

A Companhia foi a responsável pela fundação das cidades de Porto Murtinho-MS e Guaíra-PR, pois contribuiu para o desenvolvimento sócio econômico, gerando emprego e renda para tais localidades, tudo isso aconteceu em meios a críticas de fieis opositores da companhia e de Thomaz Laranjeiras registrado nestes tempos como: (Laranjeira), um dos motivos era por ele manter o monopólio em trono da exploração de erva mate, e muitas vezes acusado de impedir o real desenvolvimento da região, mas sendo ele a colaborar através de sua Companhia de erva-mate, com a modernização das cidades uma delas podendo ser citada Ponta Porã, principalmente construindo prédios e escolas para uso público neste período histórico da formação da região sul de Mato Grosso.

Fonte: https://apremavi.org.br/erva-mate-uma-arvore-de-tradicao/

Fonte: https://periodicoscientificos.ufmt.br/territoriosefronteiras/index.php/v03n02/article/view/336

 

Como o intervalo entre esses combates era muito curto, não havia tempo para esquentar a água, assim eles começaram a tomar frio e gostaram do sabor. Existe outra versão que durante a Guerra do Chaco (entre Paraguai e Bolívia, 1932-1935), quando as tropas começaram a beber mate frio para não acender fogos que denunciariam sua posição, isso possivelmente ocorreu na região de fronteira em especial na cidade de Ponta Porã de (Mato Grosso do Sul), que na época da guerra da Tríplice aliança pertencia ao Paraguai. Já em uma versão paraguaia da origem do tereré, é a mesma diz respeito à mensú (escravos ervateiros do nordeste do Paraguai e da Argentina, até meados do século XX). Segundo a história de tal fato, eles foram surpreendidos pelos capangas (guarda costas seguidor leal) fazendo fogo para tomar mate e seriam brutalmente torturados, por isso escolheram se alistar em fileiras do exército paraguaio, introduzindo este costume.

Fonte: https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/12/qual-e-a-origem-da-erva-mate-segundo-a-historia

Outra versão da origem é que os indígenas ao levarem o gado de um lugar para outro em comitivas, usavam aerva para coar a água dos rios, evitando, assim a doença barriga d’água. No entanto, crê-se que o tereré/têrere desde a invasão e colonização da América do Sul já era ingerido pelos índios Guarani e que por volta do século XVII os jesuítas aprenderam com eles as virtudes desta bebida refrescante e revigorante o mate (ka’a em guarani). Os jesuítas elogiavam os efeitos da erva, que dava segundo relatos históricos dava muita força e vigor e matava a sede mais do que a água pura. A infusão é riquíssima em cafeína, daí o poder revigorante. Segundo alguns, os índios Guarani, além de tomar mate (ou tereré) usando como bombilho (canudo para chupar a infusão) ossos de pássaros e finas taquaras (pois ainda não existiam as bombas de metal), segundo historiadores os índios também fumavam a folha bruta da erva-mate e usavam-na como rapé.

 

Fonte: https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/12/qual-e-a-origem-da-erva-mate-segundo-a-historia

Ponta Porã linha do tempo: Matias Tataty, o bruxo dos ervais

Pesquisa: Prof. Me. Yhulds G. P. Bueno. Desde 1993 atuando na docência da Rede Pública e Privada. Formado em Educação Física, Formação Pedagógica e Licenciatura em História. Mestre em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos; Pós Graduado em Metodologia do Ensino de História e Geografia; Pós graduado: Docência em Biblioteconomia; Pós Graduado: Ensino de História. Membro associado do Rotary Club Ponta Porã Pedro Juan Caballero Guarani – Distrito 4470

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário