Ponta Porã Linha do Tempo:
A Origem histórica do Tereré, bebida símbolo da região fronteiriça do Brasil e
Paraguai.
Por: Prof. Me. Yhulds Giovani Pereira Bueno.
“Fronteira
querida do meu coração, fronteira amada, desejada e cobiçada, fronteira sem
fronteiras e sem portão, fronteira aberta uma só nação, bom ser fronteiriço
cheio de paixão”.
Fonte: http://pensador.uol.com.br/autor/yhulds_bueno/4/
Bebida símbolo da região de fronteira,
todo fronteiriço, brasileiro, brasiguaio, paraguaio e tantos outros que pela
região passam, não dispensam um bom tereré gelado com os remédios (“jujos”
raízes, folhas plantas nativas terapêuticas da região de fronteira), mas de
onde veio essa bebida, essa tradição? Segundo fontes de pesquisadores e
historiadores que buscam informações sobre o assunto e publicam nas redes on
line (internet) ou em livros, existem várias versões sobre a proveniência do
tereré, entre muitas vamos abordar a e suas curiosidades.
Fonte:https://ervamatesantiago.com.br/curiosidades-sobre-a-santiago/terere-origens-receitas-erva-mate
De acordo com estudos, os
povos indígenas foram os primeiros consumidores da erva-mate. Eles utilizavam
como bebida e alimentação e a consideravam como uma planta sagrada. As maiores
tribos eram os Guaranis, Kaingangs e Xetás, que moravam na região dos rios
Paraná, Paraguai e Uruguai.
Fonte: https://matereal.com.br/historia-do-cha-mate.
A origem do tereré segundo historiadores
e pesquisadores, data da invasão e colonização europeia por castelhanos e
portugueses, quando era usado pelas tribos guarani, nhandeva, kaiowá e outra
etnias chaquenhas, isso muito antes da Guerra do Paraguai. Diz à lenda que
durante a Guerra do Paraguai, os soldados de ambos os lados (Brasil e
Paraguai), durante os tempos de folga entre um combate e outro, ou às vezes até
mesmo em pleno combate, gostavam de tomar um chimarrão para repor os ânimos. Buscando
em memórias perdidas no tempo, mas reavivadas quando se reuniam os velhos
amigos no fim de tarde, depois da lida no campo, dos afazeres diários sentados
formando as rodas de “proza”, conversando, relembrando o passado quando tudo
aqui era nada, e o nada virou tudo, comentando dos bravos corajosos que lutaram
para defender sua bandeira sua honra, muitos tombaram lavando o chão de
vermelho, marcando a terra, uns que passaram, mas não permaneceram, outros que
vieram somente de passagem e aqui moraram até o fim.
Fonte: https://ihgms.org.br/vc-sabia/qual-a-origem-do-uso-do-terere-63
Assim foi a formação da região sul de
Mato Grosso, marcada por guerras, conflitos e exploração, que suas histórias
viraram causos e até lendas, de desbravadores que tiveram coragem, pois aqui
formaram as estancias, construíram suas moradas e famílias, muitos causos
perdidos no tempo, de muitas histórias adormecidas, mas graças a famílias que
guardam com carinho essas memórias, que as mesmas podem ser no imaginário de
cada fronteiriço revivido, através das narrativas destes feitos de outros
tempos desta fronteira querida deste povo hospitaleiro.
Fonte:https://aguasdebonito.com.br/blog/outros/terere-bebida-do-mato-grosso-do-sul
Quando se ouve falar em exploração de
erva mate na região fronteiriça do grande Mato Grosso de outros tempos, épocas
distintas da formação de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, logo vem à mente a
figura de Thomaz Laranjeiras, mas no tempo que foi criado a companhia foi
registrado como: (Laranjeira), que foi
um dos percursores, se não o principal no pós-guerra da “Tríplice Aliança” a
explorar o potencial do cultivo da erva nativa, expandindo e exportando aos
quatro cantos das Américas, principalmente para Argentina que posteriormente se
tornou um grande país produtor de erva mate.
Fonte:
https://periodicoscientificos.ufmt.br/territoriosefronteiras/index.php/v03n02/article/view/336
Segundo informações e relatos de fontes e
registros históricos. Thomaz Laranjeiras criou inicialmente a “Empresa Matte
Laranjeira”, que posteriormente ficou denominada “Companhia Matte Laranjeira”
esta surgiu de uma concessão imperial ao comerciante Thomaz Laranjeiras
Registrado como: (Laranjeira). Que conseguiu por serviços prestados na “Guerra
do Paraguai” sendo ele um colaborador fiel do império brasileiro fornecendo
mantimentos entre outros itens para o exército da “Tríplice Aliança” durante o
conflito armado, com a vitória do Brasil e seus aliados o mesmo obteve certas
regalias uma delas a criação de sua companhia ervateira.
Fonte: https://periodicoscientificos.ufmt.br/territoriosefronteiras/index.php/v03n02/article/view/336.
Thomaz Laranjeiras com registro de:
(Larangeira) desempenhou um papel importante na exploração de erva-mate no sul
do Mato Grosso, mas sua primeira sede foi em Concepción, cidade do país vizinho
Paraguai, onde sua Companhia, em meados de 1877, iniciava a exploração de
erva-mate, mas com o passar dos anos ouve a necessidade de sua sede ser
transferida para Porto Murtinho, com ampliação e a grande demanda, anos mais
tarde foi transferida a sede para Guaíra (Paraná).
Fonte:
https://blog.cowboystore.com.br/cultura-raiz/voce-sabe-onde-surgiu-o-terere-conheca-a-historia-dessa-bebida/
A Companhia foi a responsável pela
fundação das cidades de Porto Murtinho-MS e Guaíra-PR, pois contribuiu para o
desenvolvimento sócio econômico, gerando emprego e renda para tais localidades,
tudo isso aconteceu em meios a críticas de fieis opositores da companhia e de
Thomaz Laranjeiras registrado nestes tempos como: (Laranjeira), um dos motivos
era por ele manter o monopólio em trono da exploração de erva mate, e muitas
vezes acusado de impedir o real desenvolvimento da região, mas sendo ele a
colaborar através de sua Companhia de erva-mate, com a modernização das cidades
uma delas podendo ser citada Ponta Porã, principalmente construindo prédios e
escolas para uso público neste período histórico da formação da região sul de
Mato Grosso.
Fonte: https://apremavi.org.br/erva-mate-uma-arvore-de-tradicao/
Fonte: https://periodicoscientificos.ufmt.br/territoriosefronteiras/index.php/v03n02/article/view/336
Como o intervalo entre esses combates era
muito curto, não havia tempo para esquentar a água, assim eles começaram a
tomar frio e gostaram do sabor. Existe outra versão que durante a Guerra do
Chaco (entre Paraguai e Bolívia, 1932-1935), quando as tropas começaram a beber
mate frio para não acender fogos que denunciariam sua posição, isso
possivelmente ocorreu na região de fronteira em especial na cidade de Ponta
Porã de (Mato Grosso do Sul), que na época da guerra da Tríplice aliança
pertencia ao Paraguai. Já em uma versão paraguaia da origem do tereré, é a
mesma diz respeito à mensú (escravos ervateiros do nordeste do Paraguai e da
Argentina, até meados do século XX). Segundo a história de tal fato, eles foram
surpreendidos pelos capangas (guarda costas seguidor leal) fazendo fogo para
tomar mate e seriam brutalmente torturados, por isso escolheram se alistar em
fileiras do exército paraguaio, introduzindo este costume.
Fonte: https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/12/qual-e-a-origem-da-erva-mate-segundo-a-historia
Outra versão da
origem é que os indígenas ao levarem o gado de um lugar para outro em
comitivas, usavam aerva para coar a água dos rios, evitando, assim a doença
barriga d’água. No entanto, crê-se que o tereré/têrere desde a invasão e
colonização da América do Sul já era ingerido pelos índios Guarani e que por
volta do século XVII os jesuítas aprenderam com eles as virtudes desta bebida
refrescante e revigorante o mate (ka’a em guarani). Os jesuítas elogiavam os
efeitos da erva, que dava segundo relatos históricos dava muita força e vigor e
matava a sede mais do que a água pura. A infusão é riquíssima em cafeína, daí o
poder revigorante. Segundo alguns, os índios Guarani, além de tomar mate (ou
tereré) usando como bombilho (canudo para chupar a infusão) ossos de pássaros e
finas taquaras (pois ainda não existiam as bombas de metal), segundo
historiadores os índios também fumavam a folha bruta da erva-mate e usavam-na
como rapé.
Pesquisa: Prof. Me. Yhulds G. P. Bueno. Desde 1993
atuando na docência da Rede Pública e Privada. Formado em Educação Física,
Formação Pedagógica e Licenciatura em História. Mestre em Desenvolvimento
Regional e de Sistemas Produtivos; Pós Graduado em Metodologia do Ensino de
História e Geografia; Pós graduado: Docência em Biblioteconomia; Pós Graduado:
Ensino de História. Membro associado do Rotary Club Ponta Porã Pedro Juan
Caballero Guarani – Distrito 4470
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