segunda-feira, 26 de maio de 2025


 Poema Fronteira sem portão sem porteira.


Ponta Porã e Pedro Juan Caballero
Na linha divisória, um muro imaginário,
Sem porteira ou portão,
Um passo em Ponta Porã,
Um pulo em Pedro Juan Caballero,
Duas nações, um só coração.

Cidades gêmeas, fronteira seca,
Onde culturas se entrelaçam,
Chipa, tereré, mate e chimarrão,
Sopa paraguaia, parrillada e polca,
Churrasco e a tradição do barbacuá.

Histórias antigas, memórias vivas,
Tropeiros e viajantes,
Estâncias e fazendas,
Erva-mate nativa,
Que ajudou a construir,
Essas cidades irmãs.

Valentes patrulhas,
Expulsaram os bandidos,
Lendas e causos,
Contos de um passado,
Que ecoa na história,
De um povo misturado.

Ponta Porã e Pedro Juan,
Unidas pela tradição,
Onde o Brasil encontra o Paraguai,
E a vida segue em comunhão,
Duas cidades, uma só canção.


 

 Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. independente em Ponta Porã


HISTÓRIA-DESENVOLVIMENTO: Começa As Construções Das Novas Instalações Para Modernização Do 11º R.C. Independente Em Ponta Porã.

Ponta Porã linha do tempo/YHULDS BUENO

“Preservar a memória cultural de uma região é a maneira mais respeitosa de eternizar sua história e o seu povo”. Prof. Me. Yhulds Giovani Pereira Bueno.

O 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado está localizado no município de Ponta Porã, no estado de Mato Grosso do Sul,  é uma das dezenas de unidades existentes do Exército Brasileiro. Subordinada a logística organizacional do Comando Militar do Oeste, que subsequentemente pertence à 9ª Região Militar e orgânica da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, com sede em Dourados.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Acervo Albertino Fachin. Foto créditos Albert Braud. Área do 11º RCI Regimento de Cavalaria Independente, área localizada na Avenida Brasil onde se localiza o CIMPORÃ Clube de Oficiais e a extensão do Buracão (erosão)

O presidente da República Epitácio Pessoa sanciona em 1919 o Decreto número 13.916 de 11 de dezembro, criando em Ponta Porã o 11º RCI (Regimento de Cavalaria Independente) é instalado no ano seguinte, sendo seu primeiro Comandante o Capitão Hipólito Paes Campos, construído a partir de 1921 na cidade de Ponta Porã. Sua missão, proteger a fronteira oeste do Brasil. A finalização da sua estrutura ocorreu anos mais tarde na década de 40.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Arquivo Domínio Público: Candido Rondon Ponta Porã

João Pandiá Calógeras nomeou como diretor de engenharia o Major Candido Rondon que se tornou inicialmente responsável pela logística da construção das novas instalações prediais da corporação militar, iniciando em 1921 e finalizando em meados da década de 1940.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Acervo: Superintendência do Arquivo Público – MT. Imagem meados da década de 1930. Autoridades civís e militares presentes no lançamento da pedra fundamental das novas instalações do regimento

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

João Pandiá Calógeras nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de 1870.

João Pandiá Calógeras foi nomeado ministro da Guerra do governo de Epitácio Pessoa, tornando-se o único civil a ocupar esse cargo na história republicana do país. Em sua administração, iniciada em outubro de 1919, o Exército brasileiro experimentou intensa modernização, expansão e aperfeiçoamento em todos os setores, contando para isso, a partir de 1920, com a assessoria da missão militar francesa. Calógeras promoveu a reforma da instrução dos quadros e da tropa, tornando-a mais técnica com a criação de escolas para cada especialidade, entre elas a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Além disso, baixou nova regulamentação para as escolas de Estado-Maior, de Aviação, de Veterinária e para os colégios militares. Instituiu também a instrução física obrigatória para todas as armas.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra; presidente Getúlio Vargas e o chefe do Estado-maior do Exército, general Góis Monteiro. Após Vargas deixar o governo, Gaspar Dutra seria eleito presidente do Brasil em 2 de dezembro de 1945 (Foto: Arquivo Nacional)

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Marechal Eurico Gaspar Dutra, 16.º presidente do Brasil entre 1946 e 1951, sendo o único presidente oriundo do atual estado do Mato Grosso. Comandante do 11RC I na década de 1930

Na década 1930, assumiu o comando do 11º RC Regimento de Cavalaria neste período histórico o Tenente-coronel Eurico Gaspar Dutra, o 11º RC MEC leva o nome para homenagear e reverenciar aquele que além de ter comandado esta unidade militar de fronteira teve a honra de comandar a Presidência do Brasil no período de 1946 a 1951.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Acervo: Superintendência do Arquivo Público – MT. Imagem meados da década de 1930, Enfermaria do 11º Regimento de Cavalaria Independente.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Acervo: Superintendência do Arquivo Público – MT. Imagem meados da década de 1930, Residência do Comandante do 11º Regimento de Cavalaria Independente

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Acervo: Museu Histórico do 11º Regimento de Cavalaria mecanizada

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Imagem creditada a Albert Braud. Construção do pavilhão principal do 11º RCI REGIMENTO DE CAVALARIA INDEPENDENTE.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Ponta Porã Linha do tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio). Nesta foto autoridades políticas e do exército brasileiro em um dos muitos eventos e solenidades cívicas realizadas desde sua criação década de 40.  

O Exército Brasileiro tem a missão de defender o território e a soberania brasileira, garantir a manutenção da Lei e da Ordem, e ajudar a população em caso de calamidades. Importante também é ressaltar a participação do Exército na política brasileira desde a Proclamação da República, em 1889.

Os dois primeiros presidentes vinham das fileiras do exército, e mais tarde, também teriam papel importante nos golpes de 1930 e 1964. Com a redemocratização em 1985, os militares voltaram aos quartéis e restringiram sua participação na vida nacional às suas funções constitucionais.

Em nível internacional, entre os anos 1980 e a década inicial do século XXI, a participação do Exército na tarefa de reorganização do Haiti, país que passou por um colapso institucional, vivendo um período caótico.

Na década de 80 com a modernização dos contingentes militares no Brasil, ocorreu que no ano de 1985 com a vinda de diversos equipamento bélico moderno para a corporação, o Regimento novamente alterou sua denominação para 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado 11º RC MEC, subordinado à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Brigada Guaicurus, já sediada na cidade de Dourados.

Segundo Amarilha 2012. De 1964 a 1985 o Brasil foi governado pelos militares, período conhecido como ditadura militar. Nessa ocasião, o Brasil viveu a mais dura, fechada, arbitrária, rigorosa e totalitária ditadura já implantada em terras brasileiras. O governo militar fechou sindicatos e entidades civis. Proibiu as greves e cassou mandatos de políticos da oposição. Perseguiu intelectuais e profissionais liberais, que se mostravam contrários ao novo regime. Nesse período, estabeleceu-se na política brasileira o autoritarismo, a supressão dos direitos constitucionais, a perseguição, a prisão e a tortura dos opositores, além da imposição de censura prévia aos meios de comunicação.

O 11º RC MEC está localizado na Avenida Brasil na área central ponto de entrada da cidade, desta maneira fixa-se como vigilante, recebe os visitantes dando boas-vindas a quem chega, protegendo Ponta Porã a “Princesinha dos Ervais”.

Analisar a formação regional de um povo através de relatos e fontes historiográficas é perpetuar a memória e desta forma valorizar todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram e ainda hoje contribuem para o desenvolvimento sócio econômico e cultural da região de fronteira.

Ponta Porã linha do tempo: Começa as construções das novas instalações para modernização do 11º R.C. indenpendente em Ponta Porã

Pesquisa: Prof. Me. Yhulds G. P. Bueno. 30 anos de atuação na docência da Rede Pública e Privada. Formado em Educação Física, Formação Pedagógica e Licenciatura em História. Mestre em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos; Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de História e Geografia; Pós-graduado: Docência em Biblioteconomia; Pós-Graduado: Ensino de História. Membro associado do Rotary Club Ponta Porã Pedro Juan Caballero Guarani – Distrito 4470

FONTES.

BIASOTTO, Wilson Valentim. Prá quem fica a seriema? O progresso,
Dourados, 10 de maio, de 1999, p. 02.
BITTAR, Marisa. Mato Grosso do Sul: do Estado sonhado ao Estado
construído (1892-1997).
 2v. 2010, (fotos)
BITTAR, Marisa. Mato Grosso do Sul: do Estado sonhado ao Estado
construído (1892-1997)
. 2v. Tese (Doutorado em História) – FFLCH/USP,
São Paulo.

CAÓ, José, Dutra, o Presidente e a Restauração Democrática, Editora Progresso, 1949.

CRUZ. Sergio Manoel da. Data e Fatos Históricos do Sul de mato Grosso ao Estado do Pantanal. Campo Grande, MS. Pantaneira, 2004.

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FREIRE, Paulo Cezar Vargas. História os antigos domínios nos ervais do Paraguai (1538-1811). Campo Grande, MS. IHGMS – Instituto Historico e Geografico de Mato Grosso do Sul. 2014.

FREIRE. João Portela. Terra, Gente e Fronteira. Ponta Porã, MS. Borba, 1999.

FROÉS. Milton Batista. Aral Moreira e Juvenal Froés. Nos caminhos da erva mate na fronteira sul mato-grossense. Maringá, PR. Massoni, 2007.

GREGORY Valdir. FRONTEIRAS E TERRITÓRIOS: CONQUISTAS E EXPLORAÇÕES NOS SERTÕES DO MATO GROSSO E DO PARANÁ. Professor Doutor, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) 

GUIMARÃES, Acyr Vaz. Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica. Campo Grande, MS: Editora UCDB, 1999.

GUIMARÃES, Acyr Vaz. Mato Grosso do Sul: História dos Municípios. Campo Grande: IHG/MS, 1992, Volume 1 Rio Brilhante, Maracaju, Ponta Porá, Antônio João, Bela Vista, Jardim, Guia Lopes e Nioaque.

https://11rcmec.eb.mil.br/index.php/his

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LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989

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MAGALHÃES. Luiz Alfredo Marques. Um Homem de seu Tempo, uma biografia de Aral Moreira. Campo Grande, MS. Alvorada, 2011.

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RODRIGUES, José Barbosa. História de Mato do Grosso do Sul. São Paulo:
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Sítio oficial da Presidência da República do Brasil – O governo Dutra»

SOARES, Thiago C. 19 de Abril, 363 anos do Exército Brasileiro. Disponível em . Acesso em julho de 2018

VALE, Osvaldo Trigueiro do, O General Dutra, Editora Civilização Brasileira, 1978

VERSEN, Max von. História da Guerra do Paraguai. Belo Horizonte: Itatiaia, 1976. 


 


 


 


 


 

 

Fatos históricos e culturais da formação da região fronteiriça. Barbaquá e Pericom a raiz da tradição.

Pesquisa realizada por: Prof. Me.  Yhulds Bueno
“Não é a terra que constitui a riqueza das nações, e ninguém se convence de que a educação não tem preço”. Rui Barbosa

Tempo determinante para a vida, mas que não tem piedade passa muitas das vezes despercebido no mundo atual, pois quase ninguém tem mais tempo, mas todos precisam de tempo. Como definir o tempo? Tal definição precisa de uma análise profunda de fatos, dados, momentos, períodos, datas e horas, para isso precisaria de muito tempo de pesquisa, no dicionário tempo e definido da seguinte forma: (duração de fatos e suas variantes de acordo com emprego da palavra, o mesmo pode ter vários significados).
Fatos e histórias que são esquecidas, perdidas no tempo, protagonistas de seu tempo esquecidos ao passar dos anos no tempo, mas ainda se faz lembrado na memória de muitos fronteiriços que viveram ou descende de quem viveu nesses tempos, de uma fronteira diferente de casas e costumes que foram se perdendo no tempo.
Na atualidade muitas das atividades do passado já não existem mais, o moderno se faz presente o novo e mais atrativo o e velho se torna descartado, nessa roda intensa que é o ciclo da vida social e cultural dentro do cotidiano de uma cidade, as mudanças são necessárias para que as novas tecnologias tomem espaço auxiliando o processo de desenvolvimento de uma região.


A arte de produzir a erva mate é divindade por fases desde o cultivo de mudas, o plantio até o tempo da colheita isso demandava de tempo, depois de tudo pronto um dos processos mais importantes, segundo Helio Serejo (1946, p.27) “o barbauazeiro é o cérebro, a mola principal de tudo. Se ele falhar produzir-se-á um produto de baixa qualidade, chamado de “jaguarembó”. É o mestre no sapeco da erva, regula o fogo de lenha bruta para a produção de uma erva boa qualidade. Durante a noite toma uns “golinhos” de pinga para tirar o sono”.

O barbaquá tinha uma forma côncava, para melhor acomodação das folhas da erva mate para essa tarefa tinha três peões paraguaios, a erva não ficava durante o processo diretamente exposta ao fogo, mas através de um formo com aberturas laterais por onde o calor se espalha, o peão que chamavam de “Uru” que tinha a função de mexer na erva mudando-a de um lado para o outro para desta forma a erva sapecasse de forma uniforme, para realizar essa tarefa o “Uru” utilizava uma vara, chamada de tororembó.

Depois do trabalho pronto, era hora do merecido descanso e comemoração da boa colheita e preparo da erva, para isso eram chamados músicos e o pericom dança típica da região fronteiriça era a animação da festa.

“Pericón, é dança característica dos gaúchos argentinos, uruguaios e rio-grandenses-do-sul, na Argentina sempre foi considerada dança tipicamente, nacional. A música é composta em compasso terrário, com movimento vivo, e a dança tem grande semelhança com a quadrilha, com pequena variação na movimentação dos passos”. SEREJO, Hélio. Pialando...No Mas. Pág. 21.


Os bailes geralmente eram em comemoração a algo, como foi relatado por Elpídio Reis: “Churrasco. Os Pontaporanense são, como poucos, afeiçoados ao churrasco. Tudo é motivo para um bom churrasco. Festa de noivado, de casamento, por exemplo, tem que ter um grande churrasco. Quando o filho completa o primeiro ano, mais outro churrasco. Se um fazendeiro convoca a vizinhança para um mutirão ou “puxirão”, como se diz nas fazendas da fronteira, o almoço churrasco. Se é dia de marcação de bezerrada outro churrasco”. ELPIDIO REIS, Ponta Porã Polca, churrasco e chimarrão, Rio, 1981. Pág. 63.

Rememorar fatos épicos que ficaram esquecidos no tempo se faz necessário para relembrar de eventos que marcaram o povoamento da região fronteiriça no inicio do século XX, desta forma proporcionando a novas gerações conhecimento sobre suas raízes sócias, históricas e culturais, pois um povo sem memória e um povo sem história.

Viver o presente pensar no futuro, mas nunca se esquecer do passado assim se faz uma nação forte, pois um povo sem memória é um povo sem história.

 

PONTA PORÃ LINHA DO TEMPO| Memória histórica e cultural. Ponta Porã, ponto de parada de tropeiros, negociantes de erva mate e comboios de bois

Em busca de um ideal, através de lutas e dificuldade muitos realizam seus sonhos, tal conquista não é fácil, e por vezes tende aparecer à desistência em sua mente, mas quem insiste consegue consumar e realizar esse sonho. Yhulds Bueno

Erva mate também conhecida na região de fronteira como (ouro verde). Recebeu O nome científico Ilex paraguariensis que foi dado em 1820 pelo botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, depois de entrar em contato com a planta no Paraguai. Aprofundando-se em suas pesquisas da origem da planta, descobriu que era na região do Paraná que a erva crescia em maior quantidade e qualidade, em seus registros ele se retratou dizendo que deveria tê-la nomeado Ilex brasiliensis.

Os nativos guaranis da região nordeste da Argentina parecem ter sido os descobridores do uso da erva-mate. No século XVI (16) os guaranis passaram este conhecimento aos colonizadores espanhóis, que o disseminaram por todo o Vice-Reino do Rio da Prata. Ver mate chegou a ser proibida no sul do Brasil durante o século XVI, pois a mesma era considerada "erva do diabo" pelos padres jesuítas das reduções do Guayrá. A partir do século XVI, no entanto, os jesuítas passaram a incentivar o seu uso pelos índios com o objetivo de afastá-los das bebidas alcoólicas. 
Foto da década de 1930 da família de Francisco Rodrigues, acervo de Carlos Morel. Fazenda Emboscada localizada na região fronteiriça de Ponta Porã neta época, hoje município de Aral Moreira.

Com o fim da Guerra da Tríplice Aliança a exploração e produção da erva mate cresceu atraindo aqueles que aqui se fixaram, para iniciar sua produção ervateira, esta região neste período da formação histórica fronteiriça serviam como parada de tropeiros e viajantes, esses oriundos principalmente do sul e de outros países que visualizavam oportunidades principalmente na exploração de erva mate entre outras riquezas minerais existentes. 
Fonte: Imagem da web. Vista aérea da Laguna Porã, década de 50.

Juntamente com a exploração da erva mate paralelamente a criação de boi (gado) se firmava na região e os negócios eram realizados as margens da Laguna Porã (PY), nas proximidades das três figueiras (onde se localiza o prédio da prefeitura Municipal de Ponta Porã - BR). 
Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto década de 40. Acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã na década de 40, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Esta imagem da fazenda de criação de gado na região do Maemi próximo a Rincão de Julho.

Arcevo do autor. Fonte livro Aral Moreira e Juvenal Fróes os caminhos da erva mate na fronteira Sul-Mato-Grossense. Carretas que faziam o transporte de erva mate.

No inicio da formação das fazendas na região, época nada fácil para quem se aventurou por estas terras vastas e misteriosas, que antes da divisão política dos estados brasileiros era composto pelos estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, essa imensidão territorial estava longe dos grandes centros já em formação no Brasil.
Foto Arquivo da Família Rodrigues (Francisco e Miguel Rodrigues in memoriam). Acervo de Carlos Morel. Imagem na fazenda “Emboscada” de Francisco e Miguel Rodrigues. Peões no trabalho na secagem da erva mate. Década de 30.

“Começam a chegar a Mato Grosso as comitivas do Rio Grande do sul, as causas dessa epopeia. Terminada a guerra do Paraguai, em 1870, a zona sul de Mato Grosso se tornara conhecida pelos componentes da coluna do general Câmara, que operou nas cordilheiras de Amambaí e Maracaju, na sua fase final. Feita a desmobilização, os que regressaram à sua província natal Rio Grande do Sul levaram a notícia de que aqui existiam campos devolutos, próprios para criação de gado, e imensas matas virgens, onde se encontrava a erva-mate nativa.” ELPIDIO REIS, Ponta Porã Polca, churrasco e chimarrão, Rio, 1981. Pág. 49.
Foto Arquivo da Família Rodrigues (Francisco e Miguel Rodrigues in memoriam). Acervo de Carlos Morel. Imagem na fazenda “Emboscada” de Francisco e Miguel Rodrigues, ambos aparecem na foto juntamente com dois amigos de termo, inspecionando a plantação de erva mate. Década de 30.

Muitos acordos foram realizados nestes tempos, que serviram para alavancar o desenvolvimento econômico da região, erva mate o produto principal que movimentava o setor produtivo da economia local, era transportado às toneladas.

O desenvolvimento de uma região é necessário para que o progresso chegue, e com ele venha às novidades de novas tecnologias, para seguir amenizando as dificuldades do inicio da colonização, que os pioneiros tiveram que vencer para construir o seu sonho com sangue, suor e lagrimas na formação da região fronteiriça. 

Quando uma pessoa visita uma cidade já formada com suas Ruas, Avenidas, Bairros e Vilas e novas frentes de trabalho, o comercio ativo, a industrialização, escolas, hospitais, não conhece histórico das dificuldades que o município enfrentou para se crescer ao longo das décadas.

A economia seja ela gerado com a produção de grãos no campo, ou pela indústria alavanca o crescimento de uma cidade de uma região, ajudado no seu desenvolvimento sócio, político econômico e cultural, pois uma nova cidade prospera que incentiva quem acredita no seu potencial, serve de atrativo a novos migrantes, emigrantes e imigrantes de varias partes do país e do mundo, que junto com seu interesse em investir também traz sua cultura e costume que se misturam com os já existentes.

Hoje as novas gerações desconhecem a história de criação de seu município, como o mesmo surgiu, muitas vezes pode se dizer que desconhece sua própria história, sua origem, como seus ancestrais pioneiros em seu tempo vieram e se instalaram nesta região, dando continuidade a sua família, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da cidade. 

Rememorar fatos históricos e homenagear os pioneiros em seu tempo, e proporcionar as novas e futuras gerações o conhecimento de suas origens. Aos bravos em seu tempo o agradecimento por sua coragem.

 


      

Pesquisa: Prof. Me. Yhulds G. P. Bueno. Desde 1993 auando na docência da Rede Pública e Privada. Formado em Educação Física, Formação Pedagógica e Licenciatura em História. Mestre em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos; Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de História e Geografia; Pós-graduado: Docência em Biblioteconomia; Pós-Graduado: Ensino de História. Membro associado do Rotary Club Ponta Porã Pedro Juan Caballero Guarani – Distrito 4470


 



Ponta Porã: Professor Yhulds Bueno toma posse na ABROL – Academia Rotaria de Letras de Mato Grosso do Sul


Na noite de quinta-feira, 12 de dezembro de 2024, foi realizada a Reunião Ordinária de posse para novos membros da ABROL – Academia Rotária de Letras de Mato Grosso do Sul. Este evento destacou a importância da academia no contexto histórico e cultural, tanto no Brasil quanto no mundo.

Ponta Porã: Professor Yhulds Bueno toma posse na ABROL - Academia Rotaria de Letras de Mato Grosso do Sul

Durante a cerimônia, o Prof. Me. Yhulds Giovani Pereira Bueno foi empossado para ocupar a cadeira titular de número 28, cujo patrono é o Presidente Internacional do Rotary no período de 1996-97, Luis Vicente Giay, que faleceu na Argentina em 29 de agosto de 2020. Com essa posse, o professor Yhulds Bueno se torna o mais novo imortal da ABROL, uma instituição que tem como princípio a manutenção da memória histórica por meio do resgate historiográfico das inúmeras ações do Rotary no Brasil e no mundo. A imortalidade, neste contexto, está intrinsecamente ligada às ações que perpetuam através do tempo.

Ponta Porã: Professor Yhulds Bueno toma posse na ABROL - Academia Rotaria de Letras de Mato Grosso do Sul

Luis Vicente Giay ingressou aos 22 anos no Rotary Club de Arrecifes, do qual faria parte por toda a vida. Seu lema como presidente, “Construa o Futuro com Ação e Visão”, reflete a filosofia que guiou suas contribuições ao Rotary.

As Academias de Letras Rotárias estão presentes em vários estados e distritos pertencentes ao Rotary do Brasil, assim como em diversos países ao redor do mundo. Elas estão sempre em busca de pessoas que fazem a diferença, doando seu tempo e intelecto para a construção de novos saberes.

A Reunião Ordinária foi presidida pela rotariana e presidente da ABROL, a confrade Mari Franci. Este evento não só celebra a entrada de novos membros, mas também reforça o compromisso contínuo da academia com a preservação e promoção da cultura e história, tanto local quanto globalmente.

Curriculum do prof. Yhulds Bueno

Ponta Porã: Professor Yhulds Bueno toma posse na ABROL - Academia Rotaria de Letras de Mato Grosso do Sul

Professor.YHULDS GIOVANI PEREIRA BUENO:

Atuando na área da educação pública e privada desde o ano de 1993.

Ocupou cargos e funções de confiança na esfera municipal e estadual.

Atualmente ocupa a função de Coordenador Pedagógico na Escola Prefeito Orlando Mendes Gonçalves.

Membro Associado do Rotary Club Ponta Porã Pedro Juan Caballero – Guarani Distrito 4470. Ocupando ocupando o cargo dentro do clube rotário Presidente da imagem pública, desde o ano de 2019, 2020, 2021 e 2022, cargo de presidenre da comissão de companheirismo do club. 2023.

Presidente eleito do Rotary Clube Ponta Porã Pedro Juan Caballero Guarani ano rotário 2024/2025.

PALESTRANTE, PESQUISADOR INVESTIGATIVO, HISTORIADOR e ESCRITOR.

Formado em Educação Fisica.

Formado em em Pedagógia

Formado em licenciatura de história.

Pós graduado em Ensino da História.

Pós graduado em Docência em Biblioteconomia.

Pós graduado em Metodologia do ensino de História e geografia.

Pós graduado em planejamento educacional.

MESTRADO: DESENVOLVIMENTO REGIONAL E DE SISTEMAS PRODUTIVOS – UEMS.

Possui vários cursos de formação técnica em diversas áreas do conhecimento realizadas dentro e fora do estado.

Desempenhou funções, cargos e coordenação no Município de Ponta Porã e na SED/MS

PUBLICAÇÕES: Em jornais regionais e mídias sociais com o tema Ponta Porã Linha do Tempo fatos históricos e culturais.

Publicações de artigos de pesquisas acadêmicas em eventos e seminários nacionais e internacionais.

Tem citações de suas pesquisas por outros autores em artigos, dissertações e livros.

Possui participação e coautoria em livros e documentários.

Coautor do Livro do Centenário Regimento Marechal Dutra Sentinela Avançada da Fronteira ano de 2019.

Colaborou nas pesquisas históricas regionais, realizadas para o documentário Caminho da Minha Terra. Secretaria de cultura do Estado de São Paulo, exibido no Brasil e no exterior, 2015.

Participou do grupo de pesquisas da UEMS Polo Ponta Porã.

Colaborou com pesquisas em diversos municipios brasileiros.

Citado em diversas pesquisas e publicações de artigos, dissertações e livros dentro e fora do território nacional.

Colaborou como pesquisador no documentário sobre a Cultura do Tereré: um patrimônio do Brasil e do Paraguai Arte Nova Produções Artisitcas e Culturais do Estado do Rio de janeiro. 2019

Participou do documentário Do Nosso Jeito – Em Busca do Ser Sul-Mato-Grossense”. objetivo do projeto é dar protagonismo a elementos que são culturais e imateriais em Mato Grosso do Sul. Com iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Educacional Alexandrina Carlos Pinheiro (IDEACP). Exibido na TV Aberta e pelo Globoplay. 2023

Participação no Documentário “Caminho dos Ervais” sobre a exploração da erva-mate. Produzido na região de fronteira do Brasil com Paraguay. 2024

HOMENAGENS:

Medalha da DPHCEx – DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO – Ministério da Defesa, ofertada pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército brasileiro – 2021

Medalha de Mérito Legislativo, ofertada pela Câmara Municipal de Ponta Porã 2015.

Votos de Congratulações pelos serviços prestados à sociedade e à comunidade acadêmica. Câmara Municipal de Ponta Porã – MS 2019.

Certificado de Reconhecimento Historiográfico Rotary Club Guarani Ponta Porã/ Pedro Juan Caballero Distrito N˚ 4470 – 2019.

Certificado de agradecimento por su valiosa colaboración ortogada por el Venerável Mestre da Loja Maçônica Caballeros del Templo n˚132. 2019.

Medalha do CENTENÁRIO em comemoração aos 100 anos do: 11˚ RC MEC Ponta Porã -2019.

Medalha Eurico Gaspar Dutra MS 2019, ofertada através do 11 RC MEC Ponta Porã-2019.

Medalha do bicentenário de Nascimentodo – Tenente Antônio João – Defesa e Progressão da Fronteira Oeste – Pantanal Brasil – Ofertada pelo 11 RC MEC. 2024

Certificado de Agradecimento ofertado pelo 11RCMEC – Pelas palestras realizadas nos anos de 2018 – 2019 – 2020 – 2021 – 2022 – 2023 – 2024.


Foto: Avenida Brasil década de 1970.


Imagem retrata Ponta Porã ainda em desenvolvimento com pavimentação substituindo os paralelepípedos,  canteiros na área central sem as árvores, a esquerda casa sobrado de Atamaril Saldanha, a direita da imagem Cine Cruzeiro (cinema da cidade)  na esquina prédio do Cinelândia. 

Pesquisa: Prof. Me. Yhulds Bueno


 PRÉDIO DO CASTELINHO PARA USO DA DIVISÃO DE SEGURANÇA DO TERRITÓRIO.


O Prédio do Castelinho foi utilizado durante o Governo de Getúlio Vargas para uso da Guarda Territorial que se instalou em Ponta Porã no período historiográfico de 1943 – 1946, durante três anos.

A escolha destes municípios foi estratégica por fazerem parte de áreas de fronteiras e alguns foram anexados por possessões de políticas-administrativas do Brasil. Esta unidade administrativa foi instalada com um formato peculiar, segundo fontes bibliográficas do período este formato seria em um formato de paralelogramo ou seja, um quadrilátero cujos lados opostos são paralelos, entre os rios Paraná e Paraguai, rios de importante circulação fluvial na região sul de Mato Grosso.

O Território Federal de Ponta Porã, ao longo de sua existência, foi administrado por três governadores: Coronel Ramiro Noronha, Major José Guiomard dos Santos e José Alves de Albuquerque. Segundo Centeno (2007).

O Território de Ponta Porã foi constituído por sete municípios que foram desmembrados do sul do antigo estado de Mato Grosso, a composição regional do território ficou estabelecida por: Bela Vista, Dourados, Maracaju, Miranda, Nioaque, Ponta Porã sendo esta a capital e Porto Murtinho.

Castelinho em fase de Ampliação para utilização da Divisão de Segurança do Território de Ponta Porã, Imagens década de 40. Fonte: Relatório sobre o Território Extinto por José Alves de Albuquerque (1944 – 1945 – 1946)

Pesquisa: Prof. Me. Yhulds Bueno