*Yhulds
Giovani Pereira Bueno.
“Quem conta um conto
sempre acrescenta ou aumenta um ponto” Proverbio popular.
A vida e seus mistérios, o novo se mistura com o velho, lendas, causos, histórias, fatos do dia a dia, contos que se perpetuam pelos tempos, contados pelos anciões de outras épocas, que a muito já se fazem esquecidas pelas novas gerações, que quase não se importam com essas lendas e os mistérios que a cercam. Vamos resgatar a lenda da “Prometida” mais conhecida como “A mulher de branco”.
Arquivo
postado por Humberto Antunes de Oliveira. Estrada de Ferro Mate Laranjeira. Essa
imagem se refere à cidade de Guaira no Paraná. Porém de certa forma está ligada
a Ponta Porã devido ao transporte de erva - mate dessa cidade para a Argentina
ser feita por essa ferrovia. De Ponta Porã e regiões circunvizinhas à cidade de
Guaíra, nessa época, o transporte era feito em pequenos caminhões, de Guaíra
até o porto para embarque para a Argentina o transporte era feito nessa
ferrovia.
O
fato se passou no começo da década de 50, era período de festa, seria
comemorada a finalização do prolongamento da estrada de ferro que ligava Bauru
(SP) a cidade de Campo Grande (MT), se estendendo a cidade de Maracajú (MT) e
finalizando na fronteira na cidade de Ponta Porã (MT), muita festa, muita
alegria os fronteiriços em polvorosa, pois a “Maria Fumaça” estava chegando,
uns com muito medo do bicho feio que era muito barulho e fumaça, outros corriam
e gritavam, seria coisa do outro mundo! Não, era o som do progresso chegando à
fronteira.
Trem inaugural chega a Maracaju com festas em 1944. A linha somente
chegava, na época, até a cidade de Maracajú. (Acervo Wanderley Duck).
O
terminal ferroviário estava pronto com toda sua imponência, existia também a
pousada para os ferroviários que chegavam e tinham que fazer o pernoite, o
galpão da oficina para dar a devida manutenção aos “trens”, tal estação servia
de encontros para os jovens, de despedidas e recepções a quem partia e chegava
de viajem, tudo era cercado de muita festa e desfiles de lindos trajes dos
senhores e senhoras da sociedade fronteiriça, era um local de referência a
todos a “NOROESTE DO BRASIL”.
Mas
como surgiu a lenda da “Mulher de Branco” que aparecia nas redondezas da
estação ferroviária. Esse mistério teve inicio no começo da década de 50 quando
em certo dia onde estariam presentes autoridades para realizar as inaugurações
da estação e a chegada da “Maria Fumaça” trazendo seus passageiros e figuras
ilustres da política, como também mercadorias para o comercio local, tudo era
cercado de muita festa.
Foto arquivo Lourdes Aparecida Teixeira:
Vista aérea da esplanada da NOB-Noroeste do Brasil, na imagem aparece em
destaque à estação ferroviária a casa dos ferroviários, o castelinho que servia
de quartel da PM e presidio atrás dele a casa onde morava a senhora Lourdes A.
Teixeira, que pertencia a NOB, ao fundo o prédio da primeira empresa de mate
solúvel da América “MATEX” ao lado o cemitério Cristo Reis. Uma Ponta Porã
pequena no inicio de sua urbanização, década de 60.
Neste
período tudo era muito rígido moça não podia andar desacompanhada, as boas
maneiras e bons costumes eram regras a ser seguido, o respeito valia, e nestes
tempos muitos noivados e casamentos eram arranjados em acordos realizados pelas
famílias da região e de outras localidades, muitos conheciam seu futuro marido
ou futura esposa, no dia do casório, amor, paixão, não entravam no negocio.
Neste
dia conta à lenda que uma família da região fronteiriça levou sua única filha
já vestida de noiva para encontrar o seu futuro marido que vinha da cidade de
Campo Grande junto com sua comitiva pronta para chegar e realizar o casório,
muita expectativa por parte dos pais, menos da noiva que tinha se apaixonado
por um rapaz, que a família nem queria por perto por ele ser de pouca posse,
mas sem que os pais soubessem a noiva tinha combinado com rapaz de fugir quando
a Maria Fumaça “trem” estivesse chegando aproveitando a empolgação de todos.
Nesses
tempos a condução era cavalo ou carroça “charrete”, carro só para aqueles de
grande posse financeira, a família da noiva tinha ido à estação a cavalo e
carroça, segundo conta à lenda os pais apearam do cavalo e amarraram perto do
trilho a moça ficou no lombo do cavalo a espera da “Maria Fumaça” trem que
trazia seu futuro marido, quando a “Maria fumaça” apontou ao fundo da estação
anunciando sua chegada com muito barulho, apitos ensurdecedores e fumaça para
todos os lados, muitos correram em campo aberto, outro ficaram parados
observando, os cavalos relinchavam se debatendo com a barulheira, outros saiam
a galope fugindo do bicho feio, nesse entrevero todo eis que a noiva sumiu no
meio da fumaça, conta à lenda que quando tudo acalmou os pais da noiva
assustados viram que o cavalo onde estava sua filha sumira, sendo encontrado
depois no meio dos trilhos morto todo despedaçado, pois o trem passara por
cima, o vestido foi encontrado ensanguentado, a moça que nunca mais fora vista
por ninguém da região, uns dizem que ela morreu despedaçada outros que ela
fugiu com o seu amor, mas fato que tempos depois deste acontecido, muitos
viajantes e fronteiriços começaram a ver a “Mulher de Branco” que acompanhava
quem se atrevia a atravessar a estação “NOROESTE DO BRASIL” sozinho para cortar
caminho, se é verdade ou não muitos não pagam para ver a tal assombração da
“Mulher de Branco” que até os dias de hoje arrepia os mais corajosos da
fronteira.
Resgatar
causos e lendas de um povo, região uma nação e manter sempre acessa a chama do imaginário
nas novas e futuras gerações, para que tais memórias nunca se apaguem da
história.
Pesquisador: Prof.
Yhulds Giovani Bueno. Professor de qualificação profissional, gestão e logística
(Programas Estaduais e Federais). Professor coordenador da Rede Municipal de
Educação.
Em 1964 eu morava nesta casa,meu Pai era feroviario ,Sr Filadelfo lopes e Dna Mariana Ossuna lopes..meus irmãos tambem foram Ferroviario .Um Agente de Estação Sr Rito Lopes,outro foi Feitor de pessoal dsa Via Permanente sr Ramão Lopes...e eu fui Auxiliar de Maquinista ..Adauto Ossuna Lopes....conheci esta Historia.da Epoca do Dr Jose Simone Neto,medico da NOB,Sr Durval Enfermeiro,Sr Clementino Chefe de Estação,Sr Martin Miano,e muito que se eu for citar desta epoca a Decada de 60 a 70 estes fizeram parte de minha infançia neste local.......Parabens Sr.Yhulds Bueno.por esta escritura o qual me traz grande recordação..e me sinto como sua citação..Que a história não se perca como gotas de chuva no mar, que as lembranças não esvaziem como grãos de areia no deserto...Parabens.
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