*Yhulds
Giovani Pereira Bueno.
Sempre cercado de
mistérios e com um ar sobrenatural, contado através dos tempos, causo é a
maneira simples de um povo contar uma história, algo que era feito pelos mais
velhos, os anciões em outras épocas distintas as novas gerações, mantendo
sempre vivos na memória esses acontecimentos.
O respeito aos bons costumes e aos mais velhos era
prioridade nesses tempos, pois todos se conheciam nestes tempos.
Desde que o mundo
existe, de certa maneira os conflitos e a violência sempre fizeram e continuam a
fazer parte do desenvolvimento sociocultural dos povos em geral, não que isso seja
certo, longe de se fazer uma apologia a violência, mas infelizmente faz parte
do cotidiano da população, não diferente na fronteira os entreveros e as
desavenças sempre foram marcas desta região, quando a matança era grande onde
nesses tempos ninguém sabia, quem ou como foi somente ouvia falar de algo que
também não se sabia ao certo como tudo acontecia, pois o que aparecia eram os
cadáveres “defuntos” em lugares já conhecidos da região de fronteira.
Arquivo pessoal de Gene Whitmer:
Marco divisório da linha internacional, década de 60.
Em Ponta
Porã o famoso “Marco Grande” que serve de ponto de referencia da divisa entre o
Brasil e Paraguai, em outros tempos era ponto das famosas desovas de cadáveres
“defuntos” que era um ou vários dependendo do ritmo da procura dos serviços dos
famosos e temidos homens do terno preto ou “pistoleiros de aluguel”, claro que
não se devem admirar tais fatos, mas que aconteciam nesses tempos as famosas
trincheiras onde grupos rivais se encontravam e duelavam para ver quem era o
poderoso da época, isso acontecia, um fato marcante na memória de alguns
remanescentes destes tempos foi um duelo, entre grupos rivais de poder na então
região do bairro da granja onde hoje e o
aeroporto, muitos tiros e ricochetes e baixa de ambos os lados, que claro
ninguém viu ou ficou sabendo, só ouviu falar, essa era a Ponta Porã de outras
épocas onde a lei era para os mais
fortes e os fracos nesses tempos não tinha espaço, claro isso em uma fronteira
que hoje já não existe, pois a população que nada tinha haver com o fato seguia
seu curso normalmente vivendo e crescendo nesta rica cidade.
Já quando aconteciam os
entreveros acometidos esses pelos quatreros (bandidos destes tempos) ou por
pistoleiros da região de fronteira, o ponto de ultima parada do defunto era as
“Três Placas” lugar onde poucos em outros tempos se atreviam a passar
desacompanhados, por ser um lugar onde muitos corpos eram encontrados
diariamente nesse período.
Segue na lembrança dos populares desta região que há
muito tempo fora encontrado 16 corpos em um único dia, sendo oito de cada lado
da fronteira, alguns já meio enterrados, outros já nem tanto, algo que chamou
atenção da época, pois ninguém sabia ou ficou sabendo de nada, essa é a
fronteira de outros tempos, onde o respeito e a valentia andavam de mãos dadas.
Na região tanto nas “Três Placas” como no “Marco Grande” os viajantes ou quem
passava por estes locais, visualizavam pessoas que muitas vezes pediam carona, ajuda e
depois desapareciam na penumbra da noite.
Se e verdade ou não fica essa mais
uma história da região de fronteira.
Pesquisador e
historiador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Professor de qualificação
profissional, gestão e logística (Programas Estaduais e Federais). Professor coordenar da
Rede Municipal de Educação. Membro do Grupo Xiru do CTG – Querência da Saudade
– Ponta Porã – MS.
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