Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década 70 do CTG Querência da Saudade:Na imagem membros da diretoria e sócios, Godofredo Sady Bueno entregando certificado de curso de danças tradicionais gaúchas para sua esposa Deidamia Amarilha Godoy ambos sócios fundadores do clube, a criança que aparece em destaque na imagem Yhulds Giovani Pereira Bueno nesta época pertencente a invernada mirim do CTG.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Tânia Bueno
Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 60 Rio de Janeiro da direita para esquerda Tania Bueno e Edith Azambuja.
Evento cultural do CTG Querência da Saudade
Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 80 do CTG Querência da Saudade, família Bueno reunida no clube em destaque de pé Arlindo Alves (cabloco), sentados da esquerda para direita Sady Junior Bueno, Godofredo Sady Bueno, sua esposa Deidamia amarilha Godoy, Rosemary Bueno, Mauro Hudson Bueno, em um dos muitos eventos promovido pelo clube para promover a tradição e ajudar na construção do mesmo.
CTG Querência da Saudade curso de danças artísticas cultural década de 70.
Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 70 do início da formação do CTG Querência da Saudade, membros da diretoria e invernada do clube, neste evento recebendo diplomação do primeiro curso de formação de dança artística cultural promovida para sócios e membros das invernadas do clube.
CTG Querência da Saudade Ponta Porã MS
Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 70 CTG Querência da Saudade em destaque Godofredo Sady Bueno um dos sócios fundadores do clube e Alberi Venâncio juntamente com outros membros do grupo xiru da época se apresentando no salão de baile do clube.
Foto: do coreto da cidade de Ponta Porã
Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto do início da década de 50, tirada no antigo coreto da cidade que nesses tempos era localizado na Praça Presidente Dutra lugar exuberante que futuramente mudou de nome para Praça Lício Borralho, (na atualidade se encontra o camelódromo, cacilheiros da linha de fronteira). O coreto era palco de apresentações artísticas, como para eventos políticos da época o mesmo se localizava em frente do lado oposto da Rua Marechal Floriano da antiga casa comercia de João Pinto Costa (hoje comercial Gazin) ,nesta mesma praça existia a antiga igreja da cidade ambos foram demolidos anos mais tarde.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Ponta Porã Linha do Tempo: Memória do desporto fronteiriço. Hélio Bueno “Omenélio” o imortal dentro do futebol sul-mato-grossense.
·
Yhulds Giovani Pereira Bueno.
Ao longo dos séculos muitos foram
os que lutaram para deixar seu legado na história, desbravadores e
conquistadores, algoz em seu tempo, gênios inventores e pioneiros, alguns impondo
sua marca outros marcando sua época, mas existem aqueles que sem esforço marcam
uma geração e ultrapassam o tempo sendo lembrados pelos seus feitos gravados na
memória de um povo de uma região.
Desta forma surgiu gênio
futebolístico Omenélio (Hélio Bueno) no final da década de 1950, filho de Ponta
Porã descendentes de pioneiros oriundos do Rio Grande do Sul, que no inicio do
século XX (20) vieram de São Borja fixando morada na região de fronteira.
Desde muito jovem demostrou
talento nos gramados fronteiriços em especial no campo da figueira, uma
facilidade fora do comum de conduzir majestosamente a bola, que na época não
era feita com toda essa tecnologia de hoje, antigamente as bolas utilizadas
eram costuradas a mão a famosa “bola de capotão” como era chamada naqueles
tempos, quando molhada triplicava de peso, não era um esporte para fracos, na
atualidade as novas bolas tem um desaine avançado, que facilita muito a vida do
jogador.
Arquivo pessoal Adão
Bueno: nesta foto Omenélio Bueno aparece ao fundo, mão na cintura analisando a
equipe adversária, no momento que os outros colegas da equipe do Ponta Porã
faziam pose para foto, com atletas que fizeram história em seu tempo. Em pé da
esquerda para direita Elidio, Saturnino, lacuna, goleiro de preto Zé Quintana Bertolino
Bueno irmão de Omenéilio, agachado da direta para esquerda o Erve Roncatt,
Roberval Roncatti, Coque entre outros grandes atletas deste tempo.
Omenélio (Hélio Bueno) foi
considerado um grande centro avante da região e do estado, ambidestro, pois chutava
utilizando a perna direta ou esquerda da mesma forma isso dificultava muito a
vida do goleiro e do seu marcador, mesmo sem tecnologia, ele conseguia colocar
efeito na bola que se tornava na maioria das vezes indefensável para o goleiro
adversário, muito se falam na atualidade em Messi, Neymar, Ronaldinho, Romário
entre outros grandes jogadores, mas quem viu Omenélio (Hélio Bueno) jogar em
sua melhor forma, com todo respeito a estes nomes citados, o equipara muito
além destes celebres jogadores, ele sim seria um fenômeno hoje como foi em seu
tempo.
Não obteve sucesso nem ganhou milhões
na grande metrópole eram outros tempos, muito diferente da atualidade ganhar
dinheiro com futebol era quase impossível todos trabalhavam e jogavam para se
manter, por ser ele um admirador da noite e boemia nestes tempos não deu muito
certo essa combinação com a capital paulista, retornou para Mato Grosso em
especial a cidade de Dourados onde se fixou, foi jogador da equipe do Operário
e Ubiratan por longa data defendendo a equipe douradense.
Arquivo pessoal de
Omenélio Hélio Bueno: Carteira de atleta campeonato de 1966 Liga desportiva de
Amambay.
Mas sempre ele era chamado por
equipes da fronteira em especial do Paraguai para jogar, quando o nome de
Omenélio (Hélio Bueno) era anunciado nas rádios da região, era sinal de
espetáculo e de estádio cheio para velo em campo.
Outra
versatilidade era ser um excelente goleiro no futebol de salão, que era jogado
com uma bola mais pesada a lateral era cobrada com a mão, ágil como um gato
propiciava show em quadra, por longo tempo jogou para equipe da AABB de
Dourados, um fato inusitado ficou gravado na história, em determinado jogo se
iniciou a cobrança de penalidades Omenélio (Hélio Bueno) era o goleiro o mesmo
vira de costas para seu adversário, partida empatada, na regra nada o impedia
de estar de costas durante a cobrança, vaias, gritos, todos queriam ver o que
iria acontecer, esperando que Omenélio (Hélio Bueno) se virasse antes do apito,
mas somente depois que o árbitro apitou autorizando a cobrança que ele se virou
e surpreendeu agarrando a bola do oponente arrancando aplausos de todos, um de
muitos shows que ele proporcionava para plateia presente em seus jogos.
Omenélio (Hélio
Bueno) foi funcionário da Prefeitura Municipal de Dourados, professor de artes
marciais Caratê e Judô, após se aposentar retornou para sua cidade natal Ponta
Porã onde reside até atualidade, frequenta o Conviver clube da melhor idade
onde disputa jogos representado a entidade em competições dentro e fora do
estado, saudoso dos tempos de jogador, mas satisfeito pela contribuição que deu
ao futebol sul-mato-grossense.
Arquivo pessoal de
Omenélio Hélio Bueno: carteira de instrutor em artes marciais.
Boatos que Omenélio (Hélio Bueno)
teria falecido se espalharam no início dos anos 2000, o mesmo foi homenageado em
Dourados e por entidades esportivas por onde passou, ele leva tudo na
brincadeira, quando algum amigo destes tempos o encontra logo e leva um susto,
o mesmo brinca dizendo “sou imortal”.
Resgatar fatos épicos de
personagem fronteiriços que fizeram história e propiciar a novas e futuras
gerações o conhecimento da memória histórica, sócia e cultural de um povo e sua
região.
Pesquisador: Yhulds Giovani
Pereira Bueno. Pós-graduado em Metodologia do Ensino em História e Geografia.
Professor de qualificação profissional, gestão e logística (Programas
Municipais, Estaduais e Federias). Professor coordenador da Rede Municipal de Educação, membro do
Grupo Xiru do CTG – Querência da Saudade – Ponta Porã – MS.
domingo, 19 de outubro de 2014
1920 – Ponta Porã elevada à cidade
Decreto estadual transforma o município fronteiriço em cidade, abrangendo os distritos de Antônio João, Cabeceira do Apa, Lagunita e Patrimônio União. Com sede estabelecida na lombada do planalto de Maracaju, que lhe ameniza a temperatura, emparceirando-lhe as condições climatéricas com as do Paraná, data o seu início dos fins do século XIX, sendo de 10 de abril de 1900 a resolução que lhe reconheceu a existência, criando a paróquia respectiva.
Feito município a 18 de julho de 1912 e elevado à categoria de comarca por lei de 23 de setembro de 1915, teve por base econômica os ervais, a que deve seu povoamento e os vastos campos onde se desenvolveu a pecuária e, mais recentemente, a produção de grãos, principalmente a soja e o milho.
FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Mato-grossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 219
Imagem publicada no livro: Um Homem do seu Tempo (2011) de Luiz Alfredo Marques Magalhães. Foto de 1929 da sede da prefeitura localizada na época na Avenida Brasil e Travessa com a rua Baltasar Saldanha.O prédio foi uma das obras da Cia. Mate Larangeira, esses empreendimentos iniciaram em 1927 através de um contrato de pacotes, esse contrato foi realizado na gestão de Heitor Mendes Gonçalves em conjunto com o governo do Estado neste período histórico.
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Ponta Porã Linha do Tempo: Memória cultural, causos e lendas da região fronteiriça. Matias tataty.
* Yhulds Giovani Pereira Bueno.
Quem
nunca ouviu um causo, uma história bem contada cheia de mistérios quando
criança, por aqueles que as vivenciaram ou escutaram de alguém que esteve aqui
nesta fronteira em outros tempos já esquecidos, mas ainda vivos na lembrança
destes fronteiriços, que hoje são saudosos de outras épocas distintas que
ficaram gravadas em sua memória.
Vamos
fazer um resgate histórico de um destes causos cercados de mistérios de um
personagem que a muito já está esquecido, mas que andou por estas terras há
muitas décadas atrás, empreitava trabalho nos ervais da região, conhecido por
todos daquele tempo como Matias Tataty nome que pode ter origem tupi guarani
(tata’y que significa fumaça de madeira grossa, dura que demora a queimar).
Matias
Tataty era homem severo, de poucas palavras e bruto no trabalho, cheio de
mistérios e respeitado por assim dizer, pelo fato de muitos dizerem que ele
tinha feito um pacto quando jovem com forças ocultas, em troca ele teria os
seus pedidos atendidos, se o fato era verdade ou não, quem cresceu escutando as
historias do Matias Tataty, diz que ninguém queria pagar para ver, pois conta
que em época de colheita onde eram carregadas centenas de sacos de ervas
extremamente pesados, do clarear do dia até o sol se por, pois nesses tempos
não havia o luxo da luz elétrica na cidade, imagina como era a vida no campo,
Nesse
período de colheita é que Matias Tataty mostrava seu poder, fazendo coisas que
até o mais céticos dos homens temia e não se atrevia a contestar.
Conta
lenda que certa vez após uma colheita abundante de erva, os sacos estavam
lotados cheios, esses sacos imensos eram transportados pelos ervateiros um a um
até os galpões, para ali ficarem em segurança, protegidos, mas em certo dia, se
armou um grande temporal os ervateiros exaustos de tanto levar os sacos de
ervas por longa distância, não conseguiriam terminar a tempo e poderiam perder
toda a colheita, Matias Tataty observando o que poderia acontecer pediu para os
ervateiros seguir a diante, pois o restante da colheita ele iria proteger.
Os
ervateiros assustados não esboçaram nenhuma resistência à ordem dada por Matias
Tataty, seguiram rumo à sede da fazenda levando o que podiam para ser guardado
no galpão, o trabalho era puramente braçal quando muito em certo ponto da
caminhada as carretas de boi ajudavam no transporte que era árduo e lento.
Foto
divulgação FCMS-Federação da cultura de Mato Grosso do Sul, publicada na
revista Cultura MS – Nº 03. Típico
fazendeiro ervateiro do início do século XIX da região de fronteira bebendo
tereré ao lado de “pé de erva”.Tereré
de Ponta Porã registrado com patrimônio imaterial em 2010.
O
fato segue cercado de mistério, pois quando os ervateiros chegaram ao galpão,
se é verdade o fato, o mesmo ficou registrado nos causos contados na região
fronteiriça, por aqueles que escutaram de quem viveu e descendeu de moradores
antigos desses tempos, que Matias Tataty surrava os sacos de erva com um reio tramado
de couro fino, e os mesmo seguiam rumo ao galpão, os ervateiros assustados com
os clarões dos raios que cortavam o céu e escutando ao fundo os estalos do
chicote de Matias Tataty, observavam que os sacos de ervas se amontoavam um a
um dentro do velho galpão, sempre cercado de mistérios, ninguém se atrevia a
questionar Matias Tataty nem mesmo os próprios donos dos ervais.
Dentre
tantos feitos de Matias Tataty um que chamava atenção, era o fato que nos dias
de hoje seria algo para ser realizado pelos melhores ilusionistas, ele tinha o
poder de transformar folhas de erva em dinheiro através de uma de suas muitas
orações, conta que ele entregava o saco de folha de erva e quando a pessoa
abria só enxergava dinheiro e não as folhas.
Estas
histórias são causos, lendas de outras épocas onde a fé, religiosidade e as
crenças do povo nesses assuntos eram mais respeitadas.
Pesquisador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Professor de qualificação profissional,
gestão e logística (Programas Estaduais e Federais). Professor coordenador da
Rede Municipal de Educação. Membro da diretoria executiva e do Grupo Xiru do
CTG – Querência da Saudade – Ponta Porã – MS.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Ponta Porã Linha do Tempo: Memória histórica e folclórica do cotidiano da fronteira. Os causos e lendas da região. Marco Grande de Ponta Porã e as Três Placas de Aral Moreira.
*Yhulds
Giovani Pereira Bueno.
Sempre cercado de
mistérios e com um ar sobrenatural, contado através dos tempos, causo é a
maneira simples de um povo contar uma história, algo que era feito pelos mais
velhos, os anciões em outras épocas distintas as novas gerações, mantendo
sempre vivos na memória esses acontecimentos.
O respeito aos bons costumes e aos mais velhos era
prioridade nesses tempos, pois todos se conheciam nestes tempos.
Desde que o mundo
existe, de certa maneira os conflitos e a violência sempre fizeram e continuam a
fazer parte do desenvolvimento sociocultural dos povos em geral, não que isso seja
certo, longe de se fazer uma apologia a violência, mas infelizmente faz parte
do cotidiano da população, não diferente na fronteira os entreveros e as
desavenças sempre foram marcas desta região, quando a matança era grande onde
nesses tempos ninguém sabia, quem ou como foi somente ouvia falar de algo que
também não se sabia ao certo como tudo acontecia, pois o que aparecia eram os
cadáveres “defuntos” em lugares já conhecidos da região de fronteira.
Arquivo pessoal de Gene Whitmer:
Marco divisório da linha internacional, década de 60.
Em Ponta
Porã o famoso “Marco Grande” que serve de ponto de referencia da divisa entre o
Brasil e Paraguai, em outros tempos era ponto das famosas desovas de cadáveres
“defuntos” que era um ou vários dependendo do ritmo da procura dos serviços dos
famosos e temidos homens do terno preto ou “pistoleiros de aluguel”, claro que
não se devem admirar tais fatos, mas que aconteciam nesses tempos as famosas
trincheiras onde grupos rivais se encontravam e duelavam para ver quem era o
poderoso da época, isso acontecia, um fato marcante na memória de alguns
remanescentes destes tempos foi um duelo, entre grupos rivais de poder na então
região do bairro da granja onde hoje e o
aeroporto, muitos tiros e ricochetes e baixa de ambos os lados, que claro
ninguém viu ou ficou sabendo, só ouviu falar, essa era a Ponta Porã de outras
épocas onde a lei era para os mais
fortes e os fracos nesses tempos não tinha espaço, claro isso em uma fronteira
que hoje já não existe, pois a população que nada tinha haver com o fato seguia
seu curso normalmente vivendo e crescendo nesta rica cidade.
Já quando aconteciam os
entreveros acometidos esses pelos quatreros (bandidos destes tempos) ou por
pistoleiros da região de fronteira, o ponto de ultima parada do defunto era as
“Três Placas” lugar onde poucos em outros tempos se atreviam a passar
desacompanhados, por ser um lugar onde muitos corpos eram encontrados
diariamente nesse período.
Segue na lembrança dos populares desta região que há
muito tempo fora encontrado 16 corpos em um único dia, sendo oito de cada lado
da fronteira, alguns já meio enterrados, outros já nem tanto, algo que chamou
atenção da época, pois ninguém sabia ou ficou sabendo de nada, essa é a
fronteira de outros tempos, onde o respeito e a valentia andavam de mãos dadas.
Na região tanto nas “Três Placas” como no “Marco Grande” os viajantes ou quem
passava por estes locais, visualizavam pessoas que muitas vezes pediam carona, ajuda e
depois desapareciam na penumbra da noite.
Se e verdade ou não fica essa mais
uma história da região de fronteira.
Pesquisador e
historiador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Professor de qualificação
profissional, gestão e logística (Programas Estaduais e Federais). Professor coordenar da
Rede Municipal de Educação. Membro do Grupo Xiru do CTG – Querência da Saudade
– Ponta Porã – MS.
sábado, 4 de outubro de 2014
Ponta Porã Linha do Tempo: Memória histórica e cultural do cotidiano da fronteira. A lenda da prometida “a mulher de branco”.
*Yhulds
Giovani Pereira Bueno.
“Quem conta um conto
sempre acrescenta ou aumenta um ponto” Proverbio popular.
A vida e seus mistérios, o novo se mistura com o velho, lendas, causos, histórias, fatos do dia a dia, contos que se perpetuam pelos tempos, contados pelos anciões de outras épocas, que a muito já se fazem esquecidas pelas novas gerações, que quase não se importam com essas lendas e os mistérios que a cercam. Vamos resgatar a lenda da “Prometida” mais conhecida como “A mulher de branco”.
Arquivo
postado por Humberto Antunes de Oliveira. Estrada de Ferro Mate Laranjeira. Essa
imagem se refere à cidade de Guaira no Paraná. Porém de certa forma está ligada
a Ponta Porã devido ao transporte de erva - mate dessa cidade para a Argentina
ser feita por essa ferrovia. De Ponta Porã e regiões circunvizinhas à cidade de
Guaíra, nessa época, o transporte era feito em pequenos caminhões, de Guaíra
até o porto para embarque para a Argentina o transporte era feito nessa
ferrovia.
O
fato se passou no começo da década de 50, era período de festa, seria
comemorada a finalização do prolongamento da estrada de ferro que ligava Bauru
(SP) a cidade de Campo Grande (MT), se estendendo a cidade de Maracajú (MT) e
finalizando na fronteira na cidade de Ponta Porã (MT), muita festa, muita
alegria os fronteiriços em polvorosa, pois a “Maria Fumaça” estava chegando,
uns com muito medo do bicho feio que era muito barulho e fumaça, outros corriam
e gritavam, seria coisa do outro mundo! Não, era o som do progresso chegando à
fronteira.
Trem inaugural chega a Maracaju com festas em 1944. A linha somente
chegava, na época, até a cidade de Maracajú. (Acervo Wanderley Duck).
O
terminal ferroviário estava pronto com toda sua imponência, existia também a
pousada para os ferroviários que chegavam e tinham que fazer o pernoite, o
galpão da oficina para dar a devida manutenção aos “trens”, tal estação servia
de encontros para os jovens, de despedidas e recepções a quem partia e chegava
de viajem, tudo era cercado de muita festa e desfiles de lindos trajes dos
senhores e senhoras da sociedade fronteiriça, era um local de referência a
todos a “NOROESTE DO BRASIL”.
Mas
como surgiu a lenda da “Mulher de Branco” que aparecia nas redondezas da
estação ferroviária. Esse mistério teve inicio no começo da década de 50 quando
em certo dia onde estariam presentes autoridades para realizar as inaugurações
da estação e a chegada da “Maria Fumaça” trazendo seus passageiros e figuras
ilustres da política, como também mercadorias para o comercio local, tudo era
cercado de muita festa.
Foto arquivo Lourdes Aparecida Teixeira:
Vista aérea da esplanada da NOB-Noroeste do Brasil, na imagem aparece em
destaque à estação ferroviária a casa dos ferroviários, o castelinho que servia
de quartel da PM e presidio atrás dele a casa onde morava a senhora Lourdes A.
Teixeira, que pertencia a NOB, ao fundo o prédio da primeira empresa de mate
solúvel da América “MATEX” ao lado o cemitério Cristo Reis. Uma Ponta Porã
pequena no inicio de sua urbanização, década de 60.
Neste
período tudo era muito rígido moça não podia andar desacompanhada, as boas
maneiras e bons costumes eram regras a ser seguido, o respeito valia, e nestes
tempos muitos noivados e casamentos eram arranjados em acordos realizados pelas
famílias da região e de outras localidades, muitos conheciam seu futuro marido
ou futura esposa, no dia do casório, amor, paixão, não entravam no negocio.
Neste
dia conta à lenda que uma família da região fronteiriça levou sua única filha
já vestida de noiva para encontrar o seu futuro marido que vinha da cidade de
Campo Grande junto com sua comitiva pronta para chegar e realizar o casório,
muita expectativa por parte dos pais, menos da noiva que tinha se apaixonado
por um rapaz, que a família nem queria por perto por ele ser de pouca posse,
mas sem que os pais soubessem a noiva tinha combinado com rapaz de fugir quando
a Maria Fumaça “trem” estivesse chegando aproveitando a empolgação de todos.
Nesses
tempos a condução era cavalo ou carroça “charrete”, carro só para aqueles de
grande posse financeira, a família da noiva tinha ido à estação a cavalo e
carroça, segundo conta à lenda os pais apearam do cavalo e amarraram perto do
trilho a moça ficou no lombo do cavalo a espera da “Maria Fumaça” trem que
trazia seu futuro marido, quando a “Maria fumaça” apontou ao fundo da estação
anunciando sua chegada com muito barulho, apitos ensurdecedores e fumaça para
todos os lados, muitos correram em campo aberto, outro ficaram parados
observando, os cavalos relinchavam se debatendo com a barulheira, outros saiam
a galope fugindo do bicho feio, nesse entrevero todo eis que a noiva sumiu no
meio da fumaça, conta à lenda que quando tudo acalmou os pais da noiva
assustados viram que o cavalo onde estava sua filha sumira, sendo encontrado
depois no meio dos trilhos morto todo despedaçado, pois o trem passara por
cima, o vestido foi encontrado ensanguentado, a moça que nunca mais fora vista
por ninguém da região, uns dizem que ela morreu despedaçada outros que ela
fugiu com o seu amor, mas fato que tempos depois deste acontecido, muitos
viajantes e fronteiriços começaram a ver a “Mulher de Branco” que acompanhava
quem se atrevia a atravessar a estação “NOROESTE DO BRASIL” sozinho para cortar
caminho, se é verdade ou não muitos não pagam para ver a tal assombração da
“Mulher de Branco” que até os dias de hoje arrepia os mais corajosos da
fronteira.
Resgatar
causos e lendas de um povo, região uma nação e manter sempre acessa a chama do imaginário
nas novas e futuras gerações, para que tais memórias nunca se apaguem da
história.
Pesquisador: Prof.
Yhulds Giovani Bueno. Professor de qualificação profissional, gestão e logística
(Programas Estaduais e Federais). Professor coordenador da Rede Municipal de
Educação.
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