domingo, 28 de dezembro de 2014

Ponta Porã Linha do Tempo: Narrativas de fatos históricos culturais. Causos e lendas da região fronteiriça.

A lenda do piano da madame Lynch, a primeira dama a eterna companheira de López.

"As mulheres são os arquitetos reais da sociedade." (Harriet Beecher Stowe).

*Yhulds Giovani Pereira Bueno.

Ao lado de um grande homem sempre terá uma grande mulher, não diferente dos grandes estadistas e imperadores López escolheu para sua companheira uma guerreira que o acompanharia até seus últimos dias nos campos de batalha.

Muitas histórias e lendas cercam a vida épica da madame Lynch amada e rejeitada por muitos em seu tempo.


Vamos fazer uma breve analogia de Elisa Alicia Lynch, pois segundo fontes históricas nasceu em Cork cidade localizada na Irlanda, em 1834. Depois de ter um breve casamento, isso ocorreu quando ela tinha 15 anos, seu primeiro marido fora um renomado cirurgião francês. Lynch era uma bela irlandesa sua origem se mostrou latente em suas atitudes firmes sempre apoiando López nos campos de batalha.


“Madame Lynch le dio a Solano López cinco hijos. Se transformó en la hacendada más importante del país cuando Solano López le transfirió buenas partes del Paraguay y porciones de Brasil a su nombre durante la guerra pero no retuvo nada cuando la guerra terminó”. Fonte e imagem, http://narraciones.tripod.com/paraguay/cap07.html

Lynch conheceria Solano López o herdeiro da dinastia “López” segundo relatos de pesquisadores, historiadores e escritores em janeiro de 1854, em Paris, pois ambos frequentavam a corte de Napoleão III, já neste período histórico foi feito general e presidente, após a consolidação destes poderes López fora à Europa para através de apoio adquirir barcos e armas. Lynch e López jamais se casariam isso se deu devido a seu matrimônio anterior, mas juntos teriam cinco filhos.

Desta maneira se tornou conhecida como "madame (senhora)" e muitas vezes apontada como "cortesã" pelos opositores de López, esses críticos ferrenhos (inflexíveis) nesse período histórico do estilo parisiense que López impôs ao seu país, mas através deste estilo refinado de vida, ele foi incentivando a música e a arte e concentrando enorme poder, o que fez acumular muitos inimigos e também centenas admiradores fieis que o apoiariam até a sua morte.

Não vamos nos aprofundar nos eventos que culminaram na guerra da “tríplice aliança a Guerra do Paraguay” ou as circunstancias de acontecimentos épicos, e sim uam narrativa histórica cercada de mistérios, que até os dias atuais ainda paira no ar da região de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, fronteira essa que faz parte do desfecho final da “Guerra do Paraguay”.

Segue fato transmitido de forma “oral” por gerações, contado por quem conviveu e cresceu escutando as histórias e lendas da região de fronteira, principalmente dos tesouros escondidos durante a guerra, os famosos (achados ou enterros de López), que antes da ”Retirada da Laguna”, evento esse que foi narrado e retratado no livro de Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay, primeiro e único visconde de Taunay, este fora um nobre aristocrata brasileiro, que também em seu tempo exercia as profissões de: escritor, artista plástico, professor, engenheiro, militar, historiador e sociólogo.

Muitas das comitivas que acompanhavam López no período da guerra transportavam seus “tesouros” dos mais variados e valiosos, madame Lynch também tinha os seus valiosos pertences, entres esses um lindo piano de estilo europeu, que segundo a lenda (causo) contada ecoava pelos campos e pelas serras quando tocado por ela, o som era tão lindo que até os inimigos paravam para escutar. 

“Nacido en 1826, Francisco Solano López fue el segundo y último gobernante de la dinastía López”.  Fonte e imagem, http://narraciones.tripod.com/paraguay/cap07.html

Segundo lenda (causo) quando ouve a “Retirada da Laguna”, para proteger seus pertences, muitos enterraram, outros enviaram a diferentes locais, mas madame Lynch segundo lenda contada juntou todas suas joias como também ouro e prata, guardando tudo que conseguia dentro de seu piano, segue história que durante a “Retirada da Laguna” e o confronto final na região do “Cerro Corá”, o piano de madame Lynch desapareceu, muito mistério e lendas cercam este fato da historia da guerra, que não consta nos registros históricos ou nas enumeras bibliografias editadas dentro e fora do continente, sobre o maior confronto armado da América do Sul, pois é relatado pelos fronteiriços que contam suas histórias e lendas repassando de geração em geração.

A lenda do piano de madame Lynch e seus tesouros são rodeados de muitas histórias cheias de mistérios. Uns dizem que o piano fora enterrado próximo da “Laguna”, outros que fora levado junto com López para “Cerro Corá” e ainda esta escondido naquela região, pois muitos que por ali passam, escutam o som do piano nas matas e cerros, tem aqueles que contam através de seus causos da guerra, que fora enterrado pela própria madame Lynch junto ao corpo de López, mas a maioria defende que achado pelos soldados da “Tríplice Aliança”, o fato é que suas riquezas despertam até hoje a cobiça de muitos que se pudessem, se aventurariam para achar o piano de madame Lynch e todas suas riquezas épicas.

Mas alguns fatos foram levantados por um historiador conterrâneo de madame Lynch o Irlandês Michael Lillis, desde que o seu trabalho de investigação se intensificou, em 1999, alguns dos mitos em torno de "madame Lynch" caíram, como a história de que teria morrido na miséria e sepultada como indigente. Segundo Lillis, isso faz parte da mitologia positiva do sobre o assunto.

Lillis em visita a casa em que ela morreu, em 1886 relata que fora uma das melhores casas de Paris em sua época, pesquisando sobre a história da bela casa, segundo relatos repassados por gerações sobre casa Parisiense onde madame Lynch morou até sua morte, que todos que passavam pela rua naqueles tempos escutavam um lindo som de piano que saia de dentro da casa se misturando com o vento. 

Outro ponto levantado pelo pesquisador Lillis, é que madame Lynch fora sepultada em um cemitério reservado somente as elites daquele período em Paris.

Hoje sua bravura é respeitada, seus feitos heroicos e o fato de nunca ter abandonado Lopez, fez com que todos de forma direta e indireta a reconheçam como heroína em seu tempo.

Respeitar o passado é reverenciar a todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para a evolução história cultural de uma nação, pois história vira lenda e lenda vira causo na região fronteiriça. 

Pesquisador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Pós-graduado em Metodologia do Ensino de História e Geografia. Professor de qualificação profissional, gestão e logística (Programas Estaduais e Federais). Professor coordenador da Rede Municipal de Educação.




quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Soldados do destacamento do 11º RC década de 40 em patrulhamento.

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Esta imagem de soldados do destacamento do 11º RC década de 40 com o jeep que fazia neste período histórico o patrulhamento na região de fronteira para desta forma coibir o contrabando na região.

Soldados do destacamento do 11º RC década de 40 Ponta Porã MS


Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Esta imagem de soldados do destacamento do 11º RC década de 40 no primeiros nos de formação do Regimento de Cavalaria em Ponta Porã.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Ponta Porã linha do tempo: Causos da região fronteiriça. Bandoleiro “BARULHO” o terror das patrulhas volantes

·         Yhulds Giovani Pereira Bueno.

“Quando cubro um macaco na mira do meu rifle, ele morre porque Deus quer; se Ele não quisesse, eu errava o alvo.” Virgulino Ferreira da Silva. “Lampião”. Rei do cangaço (BANDOLEIRO) nordestino no início do século XX.

Desde que o mundo existe, os conflitos e a violência fizeram e continuam a fazer parte do povoamento e desenvolvimento, durante a expansão territorial no contexto sociocultural do ser humano, isso registrado em documentos, escrituras inseridas nas mais diversas civilizações e religiões, não que isso seja certo, longe de se fazer uma apologia à violência ou reverencia-la, mas infelizmente faz parte do cotidiano histórico da população no passado e presente, não diferente na fronteira os entreveros que no dicionário informal significa: (brigas, discussão, confusão, desavenças etc...), sempre foram marcas desta região.

            Em certo dia lá pelos idos de 1930 apareceu na região fronteiriça um viajante, pelas vestimentas só podia ser mais um do Rio Grande do Sul, este veio a se aventurar por estas terras, pela maneira de falar e de se portar logo ficou conhecido como “Barulho” um típico bandoleiro, mas o que é bandoleiro? Definido no dicionário sendo uma pessoa que não para em lugar nenhum anda de um lugar para o outro a procura de diversão.

            Neste período histórico muitos viajantes passavam pela região, como as comitivas e tropeiros para aqui fazer sua parada e negociar terras e suas mercadorias, a compra e venda era algo corriqueiro, principalmente de gado e cavalos, isso ocorria nos dois lados da fronteira.


“Nem todos os integrantes das comitivas que vinham do Rio Grande do Sul, via Argentina e Paraguai, se dirigiam, logo de chegada, para os campos mato-grossenses, visando à fundação de fazendas. Muitos, pelos mais variados motivos, preferiam acampar no vilarejo de (Punta Porã) Ponta Porã”. Elpídio Reis.


Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto década de 40. Acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã na década de 40, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Esta imagem da fazenda de criação de gado na região do Maemi próximo a Rincão de Julho.   

No inicio Barulho” ficou conhecido na região como negociante de gado, cavalo e mercadorias, pegava empreitadas e sempre estava viajando, visto aqui ali como se diz na fronteira, hora ou outra tinha no lombo do cavalo um volume grande bem enrolado, mas com o passar do tempo descobriu que o mesmo vitimava os viajantes e tropeiros da região, e que os volumes que carregava no lombo do cavalo eram os corpos de suas vitimas.
Os corpos eram levados ao um poço localizado na região do “Rincão de Julho”, este poço ninguém ao certo sabe quem teria feito se o próprio “Barulho” ou se esse já existia, o fato que o poço era utilizado para ser depositado às vitima. Por anos “Barulho” estava realizando tal façanha trágica, envolvido em roubo de gado e cavalo, logo a fama de quatreiro (na língua espanhola se lê cuatrero, bandido, assaltante) se espalhou e o mesmo começou a ser perseguido pelas “Patrulhas volantes” da região fronteiriça.

Os estancieiros da região já algum tempo estavam desconfiados das atitudes de “Barulho”, que já começara a vitimar pessoas próximas do seu convívio dentro do seu circulo de conhecidos e amizades, como não existe crime perfeito um dos ataques de “Barulho” fracassou, pois foi recebido a tiros na pequena estância que era do seu compadre, o mesmo alegou que estava de visita, em uma hora meio estranha, por ser de madrugada, na calada da noite sem avisar e direcionada aos gados da estância.

Sem sucesso e para complicar mais a vida de “Barulho” este quatreiro, o famoso poço com os corpos fora achado por nativos (índios) da região, o alvoroço estava feito algumas dúzias de corpos, alguns a mais de anos, nem todos os corpos foram retirados pelo estado que se encontravam, o poço foi lacrado sendo este o tumulo para as vitimas, muitas delas desconhecidas, pois poderiam ser viajantes e tropeiros, que passavam pela região. A revolta tomou conta dos valentes da região, os estancieiros e a peonada juntaram forças e  formaram as “Patrulhas Volantes” para fazer a varredura e captura do “Barulho”, agora conhecido como bandoleiro e quatreiro sanguinário.

“Entre os ervateiros paraguaios sempre foi conhecida como patrulha bolante, Tanto do lado brasileiro como no lado paraguaio a sua missão era esta: prender se possível, ou matar, na fuga”. SEREJO, Hélio. Pialando... No Mas, p. 81.

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), o mesmo era um admirador da arte de tirar fotos. Esta imagem estancieiros que formavam as famosas “Patrulhas Volantes” da região do Maemi nas proximidades de Rincão de Julho década de 40.

“Barulho” agora tinha ao seu encalço as “Patrulhas volantes” que certo dia reuniu mais de 200 homens valentes da região para realizar a caçada final ao temido “Barulho” o cerco se estendeu por toda região, a caçada foi árdua, pois quando avistava alguma “Patrulha Volante”, “Barulho” trocava tiros e conseguia se esgueirando escapar, (esgueirar é definido no dicionário como sair às escondidas sorrateiramente).

O desfecho da perseguição se deu perto da fronteira próximo a região de Potrero Ortiz. (Potrero definição dentro da língua espanhola El que cuida de los potros dehesa, lugar destinado a la cria y pasto de ganado cabalar), na região conhecida como “cipoal” (cipó nativo), segundo relato de quem sabe de tal história, já cansado pela fuga e praticamente cercado “Barulho” se enterrou em um lamaçal próximo a um alagado, deixando somente o nariz para fora assim poderia respirar, quando os volantes se aproximavam ele se enterrava mais para não ser notado e só tirava o nariz para fora quando percebia que a Patrulha já estava longe.

Achando que todas as “Patrulhas Volantes” já haviam passado, ele não imaginava que um dos volantes ficou para traz arrumando os arreios do cavalo já cansado de tanto cavalgar na captura do quatrero, “Barulho” se desenterrou da lama e se deparou com o volanteiro na sua frente ao tentar sacar seu revolver o mesmo sujo de lama falhou, algo que não aconteceu com arma do volanteiro que sem piedade ou remorso descarregou a munição no quatreiro que tombou no lamaçal, agora para nunca mais tirar o nariz ou se levantar da lama.

Com os pipocos que ecoaram por campo aberto os outros membros das Patrulhas volantes foram chegando, ao se depararem com o bandoleiro caído morto na lama, muitos tiros foram dados de aviso chamando as outras Patrulhas volantes, mas conta o causo que não eram dados somente tiros ao alto, mas no quatreiro agora sem mais esboçar reação.

Esse foi o fim do “Barulho” bandoleiro, quatreiro sanguinário, que como suas vitimas foi enterrado em algum lugar deste rincão, ali tombou e ficou sua história não é bonita de se contar, por décadas ficou adormecida, pois herói ele não foi, seu erro foi cobiçar o que não lhe pertencia e matar para conseguir seu objetivo, duvidou da bravura dos valentes da região dos filhos e pioneiros desta terra, que recebe quem chega de braços abertos, mas não tolera desaforo.

“Aos bravos pioneiros que desbravaram florestas e campos das terras que construíram o outrora extenso Município de Ponta Porã, aos que ali lutaram como autênticos heróis dos sertões contra todas as dificuldades e infortúnios, aos que não estudaram e aos que morreram de doenças comuns, porque nas lonjuras onde moravam não havia escolas nem médicos, aos que cruzaram campinas e matas abrindo trilhas que depois se transformaram em estradas para o progresso, aos que trabalharam muitas vezes em condições desumanas em ranchadas ervaterias, em fazendas sem conforto, para o enriquecimento da região e do Brasil”. Reis. Elpidio – Ponta Porã polca Churrasco e Chimarrão, p. 13.

Coragem marca dos bravos pioneiros da região fronteiriça de outros tempos, onde o respeito e a palavra empenhada eram marca do sobre nome de uma família, o fio do bigode valia mais que assinatura de pena e tinta, e o aperto de mão selavam os negócios da região e desonestidade e desonra era lavada com sangue.
Pesquisador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Pós-graduado em Metodologia do Ensino em História e Geografia. Professor de qualificação profissional, gestão e logística (Programas Municipais, Estaduais e Federais). Professor coordenador da Rede Municipal de Educação





quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Região da Maemi.

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Esta imagem da região do maemi fazenda na proximidades década de 40.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

cavalaria do 11º RC PP

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Imagem de soldados cavalerianos ( cavalaria do 11º RC PP) se preparando em formação dentro das dependências do quartel do 11º RC, para realizar o patrulhamento de fronteira com o apoio da patrulha do esquadrão mecanizado formados por jeep da época, década de 40.

Patrulha mecanizada do 11º RC PP

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Imagem de soldados do 11º RC PP se preparando para realizar o patrulhamento de fronteira com o jeep da época, década de 40.

Desfile cívico Ponta Porã MS

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto desfile cívico em Ponta Porã nesta imagem em destaque a gaiteira NIlza Terezinha no canto esquerdo da imagem o radialista voz inconfundível da comunicação da fronteira Jarbas Pereira de bigode ao fundo da imagem Miguel Jaime do Nascimento, década de 80.

Grupo adulto CTG Querência da Saudade Ponta Porã MS

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do grupo adulto na sede campestre do CTG Querência da Saudade em Ponta Porã MS. Evento jantar dançante com apresentação da invernada do CTG.  A gaiteira Nilza Terezinha fazia parte do grupo vocal do clube, o único CTG do estado que tinha uma gaiteira, posteiro da época Lelo, década de 80.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

PE Polícia do Exercito nas dependências do 11º RC

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Imagem de soldados do 11º RC PP realizando instrução e treinamento da PE Polícia do Exercito nas dependências do 11º RC  fim da década de 40.

Sobrevivência na Selva 11º RC

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Imagem de soldados do 11º RC PP realizando instrução e treinamento de sobrevivência na selva década de 40.

Soldados do 11º RC Ponta Porã.

Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Imagem de soldados do 11º RC PP realizando instrução e treinamento de tiro década de 40.

11º RC - Regimento de Cavalaria de Ponta Porã-MS

Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã, Cabo Itrio era um admirador da arte de tirar fotos, desta forma ao longo dos anos ele agregou ao seu acervo centenas de ricas imagens da região de fronteira. Imagem do 11º RC década de 40 ticas nela estão autoridades políticas e do exercito brasileiro.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Ponta Porã Linha do Tempo. Causos e lendas do folclore da fronteira de outros tempos. “Jacy Jaterê o Tesouro e o Pé de Erva-Mate”.

*Yhulds Giovani Pereira Bueno.

Causos e lendas fazem parte do imaginário dos seres humanos de várias raças e etnias, desde que estas habitam o mundo, com suas crenças e ritos. Tais histórias regadas de muito mistério e superstições se espalham através dos tempos provocando, intrigando quem as escuta, tem aquele que até afirma que presenciou tais acontecimentos, que nos dias de hoje seria fora do comum.  

A mente humana é cheia de segredos, ainda não muito claros e totalmente resolvidos nos meios científicos, estudiosos e Phd nos assuntos, afirmam que o cérebro humano possui capacidades ilimitadas ainda desconhecidas na atualidade.

Uma reportagem publicada na revista veja há alguns anos aborda o seguinte assunto: “Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, fizeram a descoberta através da análise de uma ressonância cerebral computadorizada. Vinte e cinco pacientes com saúde perfeita foram submetidos ao teste, que mediu quantas informações eles absorviam enquanto sofriam com algumas distrações. Descobriu-se que as informações de menor relevância despertavam a atividade dos gânglios basais, que se preparava para "filtrar" essas mensagens. O funcionamento dessa área varia de pessoa para pessoa, observação dos médicos suecos permite afirmar que as pessoas não têm melhor ou pior memória, mas sim melhor ou pior capacidade de filtrar o que é irrelevante” 10.12.2007. Fonte de informações, pravda.ru.

Pesquisas ainda serão feitas sobre os segredos da mente humana e nosso imaginário, para desta forma tentar explicar acontecimentos fora do comum cheios de mistérios, o que vale ressaltar é que graças a nossa mente, que muitos assuntos, que para uns se tornam irrelevantes, tais assuntos para muitos se tornam causos e lendas e atravessam gerações instigando de forma positiva a curiosidade dentro do imaginário humano.

Desta forma vamos resgatar uma entre tantas lendas e causos da região fronteiriça que a muito se faz esquecida na atualidade, que fala sobre o Jaci Jaterê, que segundo pesquisadores, (também grafado como Jasy Jaterê em Guarani e Yasy Yateré em espanhol). “É o nome de uma importante figura da Mitologia Guarani.

Um dos sete filhos de Tau e Kerana, as lendas de Yacy Yateré, são das mais importantes da cultura das populações que falam o idioma Guarani, na América do Sul.

Tem sua origem segundo pesquisadores, presumida entre os indígenas da Região das Missões, no sul do país, de onde teria se espalhado por todo o território brasileiro”.

Com um nome que significa literalmente (pedaço da Lua), é único dentre os seus irmãos a não possuir uma aparência monstruosa, horrenda. É descrito como uma criança, loira de pele branca, com olhos azuis, uma criatura bela ou encantadora, e carrega um bastão ou cajado mágico feito de galho de erva mate, habitante da mata, sendo considerado ele “Jacy Jaterê” o protetor da Erva Mate, também é visto como protetor dos tesouros escondidos nas matas.
Jacy Jaterê, segundo pesquisadores, também é considerado o senhor da sesta, o tradicional descanso ao meio do dia, habitual na cultura latino-americana, muito utilizada também na região fronteiriça. Segunda a lenda Jacy Jaterê deixa a floresta e percorre as vilas procurando por crianças que não descansam durante a sesta.
Por ser ele um ser místico ele é invisível, e só se mostra a essas crianças, que quando observam seu cajado mágico ficam hipnotizadas em uma espécie de transe, algumas lendas dizem que essas crianças são levadas para um local secreto da floresta, onde brincam até o fim da sesta, quando recebem um beijo mágico, que as devolve a suas camas, sem memória da experiência ocorrida, outra lenda diz que as crianças são levadas por ele e ficam dias na mata brincando e sendo alimentadas, umas nunca mais são encontradas.
Este é um causo muito antigo, reporta a meados do fim do século XIX (dezenove), do pós-guerra do Tríplice Aliança, que fala sobre “Jacy Jaterê”, de uma fronteira, de poucas casas e muitas estâncias, um período histórico onde a vida era simples de rotina árdua nestes tempos, de poucos recursos, tudo era feito no trabalho braçal, pelos trabalhadores rurais destes tempos, nada era fácil, a conquista do sonho de uma vida melhor era feito com suor, sangue e lágrimas, por estes pioneiros que desbravaram a região de fronteira, ninguém escapava das tarefas diárias, crianças, mulheres, homens e idosos, cada um tinha seu papel de importância na rotina do campo.

Os trabalhos iniciavam antes do clarear do dia, todos já sabiam seus afazeres, e como de costume, o filho do estancieiro era incumbido de ir até um riacho que ficava dentro da propriedade, e de lá trazer os baldes de água, o menino fazia algumas viagens para encher os reservatórios da sede da estância, passava praticamente a manhã realizando este trabalho com uma pequena carroça e um cavalo velho, ele enchia os baldes, colocava na carroça e levava para sua casa, onde a sua mãe já esperava, enquanto o restante estava no campo plantando, desmatando e outros cuidando do rebanho e demais animais, o desmatamento se fazia necessário nesses tempos para fazer novos campos de plantio.

Os moradores mais antigos da região muitos deles ligados a algumas tribos que ainda existiam nesse período tinham suas crenças, que muitas vezes eram ignoradas pelos novos colonos que vindo de outros cantos do Brasil desconheciam tais assuntos, fora do comum.

O filho do estancieiro sempre que voltava do riacho, contava a sua mãe que enxergava um menino, que ficava observando ele pegar água, descrevia o tal menino como sendo de pele branca, loiro de olhos claros que tinha um bastão na mão, que se escondia na mata ou ficava na beira do riacho, e que ele estava com medo de tal criatura, a mãe cética de tal história sempre repreendia o filho, dizendo que o mesmo estava inventando causo para não ir pegar a água no riacho que fica a algumas legas de distância, já seu pai homem rustico do campo de poucas palavras, ao saber retrucava o menino, às vezes com uma boa surra, para que o mesmo não inventasse história, para deixar de trabalhar.

Segundo o causo o menino como toda criança, que tem certo medo misturado com muita curiosidade, começou a espiar a tal criatura em forma de criança quando ia ao riacho, de mansinho observando que direção ela seguia, com muito medo, mas também com muita curiosidade seguia vez ou outra o menino loiro que sempre parava perto de árvores vistosas bonitas de flor branca, com medo ele não seguia tão longe e voltava ao riacho para terminar de encher os baldes de água.

Já cansado de querer convencer seus pais da existência do menino, contou aos moradores mais antigos da região que trabalhavam na estância, que logo foram alertando não incomode e nem chegue perto, pois você viu o “Jacy Jaterê” o espirito do mato, ele deve estar cuidando alguma coisa muito importante naquele lugar, o menino como sempre escutou nas rodas de conversa sobre os tesouros enterrados da guerra ficou mais curioso ainda, achando que o “Jacy Jaterê” poderia estar cuidando algum tesouro.

Ao clarear do dia o menino seguiu sua rotina intrigado com tal história, chegando ao riacho ficou observando se o tal “Jacy Jaterê” aparecia, como o tal espirito do mato não apareceu o menino se foi atrás, seguindo até o lugar das árvores de flor branca, observou que o menino loiro brincava com uma grande caixa brilhante e que de dentro dela tirava moedas amarelas e acinzentadas e pedras coloridas, que brilhavam ao sol.

O filho do estancieiro ficou tão vislumbrado com que observou que rapidamente voltou para casa, e contou o ocorrido a sua mãe, que com desdém pouco crédito deu a história do filho, mas tarde o menino contou toda história a quem quisesse escutar na estância, os empregados novamente alertaram o menino, dizendo para ele não mexer com tal espirito, pois ele poderia se zangar e se voltar contra todos na estância, por que o local onde o “Jacy Jaterê” se escondia era um lugar sagrado de grandes pés de Erva Mate com flores brancas, essas árvores já eram nativas da mata por serem muito antigas, e que tal caixa deveria ser um achado ou enterro da guerra, um baú com muito ouro, prata e pedras preciosas, que o espírito protegia e tinha como seu, e se alguém se atrevesse a tentar pegar “Jacy Jaterê” se vingaria de todos com ajuda de seus irmãos.

O menino com medo, mas com vontade de ter em suas mãos tal tesouro voltou ao tal local, e roubou o baú de “Jacy Jaterê”, voltando pra sua casa, sendo recebido por todos como um herói por ter achado tal tesouro, o menino com medo do que poderia acontecer pediu para seu pai derrubar tais pés de Erva Mate, desmatando todo local, desta forma afugentando o espírito de “Jacy Jaterê”.

Os anos se passaram, o menino cresceu, casou–se e teve um lindo filho que era o herdeiro de sua rica estância, certa manhã o estancieiro fora acordado, com os gritos de choro de sua esposa, que aos lamentos pedia a volta de seu bebe, pois a criança tinha sumido do berço, e dentro do berço somente e tinha duas mudas de Erva Mate.

Por dias procuraram a criança, mas sem sucesso, os antigos diziam fora o espirito da mata “Jacy Jaterê” que levou o filho do estancieiro para se vingar do que ele tinha feito no passado. Ficando esse mais um causo da região de fronteira.

Muitos acreditam que o espirito de “Jacy Jaterê” ronda as matas da região fronteiriça, a quem dúvida de tal criatura, mas não entra nas matas evitando se deparar com este espírito da mata.
Resgatar causos e lendas e manter vivo a memória cultural dos pioneiros de outros tempos da região de fronteira.


Pesquisador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Professor de qualificação profissional, gestão e logística (Programas Estaduais e Federais). Professor coordenador da Rede Municipal de Educação. Membro do Grupo Xiru do CTG – Querência da Saudade – Ponta Porã – MS.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CTG Querência da Saudade

Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década 70 do CTG Querência da Saudade:Na imagem membros da diretoria e sócios, Godofredo Sady Bueno entregando certificado de curso de danças tradicionais gaúchas para sua esposa Deidamia Amarilha Godoy ambos sócios fundadores do clube, a criança que aparece em destaque na imagem Yhulds Giovani Pereira Bueno nesta época pertencente a invernada mirim do CTG.

Tânia Bueno

Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 60 Rio de Janeiro da direita para esquerda Tania Bueno e Edith Azambuja.

Evento cultural do CTG Querência da Saudade

Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 80 do CTG Querência da Saudade, família Bueno reunida no clube em destaque de pé Arlindo Alves (cabloco), sentados da esquerda para direita Sady Junior Bueno, Godofredo Sady Bueno, sua esposa Deidamia amarilha Godoy, Rosemary Bueno, Mauro Hudson Bueno, em um dos muitos eventos promovido pelo clube para promover a tradição e ajudar na construção do mesmo.

CTG Querência da Saudade curso de danças artísticas cultural década de 70.

Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 70 do início da formação do CTG Querência da Saudade, membros da diretoria e invernada do clube, neste evento recebendo diplomação do primeiro curso de formação de dança artística cultural promovida para sócios e membros das invernadas do clube.

CTG Querência da Saudade Ponta Porã MS

Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto da década de 70 CTG Querência da Saudade em destaque Godofredo Sady Bueno um dos sócios fundadores do clube e Alberi Venâncio juntamente com outros membros do grupo xiru da época se apresentando no salão de baile do clube.

Foto: do coreto da cidade de Ponta Porã


Arquivo pessoal de Deidamia Amarilha Godoy: Foto do início da década de 50, tirada no antigo coreto da cidade que nesses tempos era localizado na Praça Presidente Dutra lugar exuberante que futuramente mudou de nome para Praça Lício Borralho, (na atualidade se encontra o camelódromo, cacilheiros da linha de fronteira). O coreto era palco de apresentações artísticas, como para eventos políticos da época o mesmo se localizava em frente do lado oposto da Rua Marechal Floriano da antiga casa comercia de João Pinto Costa (hoje comercial Gazin) ,nesta mesma praça existia a antiga igreja da cidade ambos foram demolidos anos mais tarde.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ponta Porã Linha do Tempo: Memória do desporto fronteiriço. Hélio Bueno “Omenélio” o imortal dentro do futebol sul-mato-grossense.

·         Yhulds Giovani Pereira Bueno.

“Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende”. Neném Prancha.

Ao longo dos séculos muitos foram os que lutaram para deixar seu legado na história, desbravadores e conquistadores, algoz em seu tempo, gênios inventores e pioneiros, alguns impondo sua marca outros marcando sua época, mas existem aqueles que sem esforço marcam uma geração e ultrapassam o tempo sendo lembrados pelos seus feitos gravados na memória de um povo de uma região.

Desta forma surgiu gênio futebolístico Omenélio (Hélio Bueno) no final da década de 1950, filho de Ponta Porã descendentes de pioneiros oriundos do Rio Grande do Sul, que no inicio do século XX (20) vieram de São Borja fixando morada na região de fronteira.


Desde muito jovem demostrou talento nos gramados fronteiriços em especial no campo da figueira, uma facilidade fora do comum de conduzir majestosamente a bola, que na época não era feita com toda essa tecnologia de hoje, antigamente as bolas utilizadas eram costuradas a mão a famosa “bola de capotão” como era chamada naqueles tempos, quando molhada triplicava de peso, não era um esporte para fracos, na atualidade as novas bolas tem um desaine avançado, que facilita muito a vida do jogador.

Arquivo pessoal Adão Bueno: nesta foto Omenélio Bueno aparece ao fundo, mão na cintura analisando a equipe adversária, no momento que os outros colegas da equipe do Ponta Porã faziam pose para foto, com atletas que fizeram história em seu tempo. Em pé da esquerda para direita Elidio, Saturnino, lacuna, goleiro de preto Zé Quintana Bertolino Bueno irmão de Omenéilio, agachado da direta para esquerda o Erve Roncatt, Roberval Roncatti, Coque entre outros grandes atletas deste tempo.

Omenélio (Hélio Bueno) foi considerado um grande centro avante da região e do estado, ambidestro, pois chutava utilizando a perna direta ou esquerda da mesma forma isso dificultava muito a vida do goleiro e do seu marcador, mesmo sem tecnologia, ele conseguia colocar efeito na bola que se tornava na maioria das vezes indefensável para o goleiro adversário, muito se falam na atualidade em Messi, Neymar, Ronaldinho, Romário entre outros grandes jogadores, mas quem viu Omenélio (Hélio Bueno) jogar em sua melhor forma, com todo respeito a estes nomes citados, o equipara muito além destes celebres jogadores, ele sim seria um fenômeno hoje como foi em seu tempo.

Não obteve sucesso nem ganhou milhões na grande metrópole eram outros tempos, muito diferente da atualidade ganhar dinheiro com futebol era quase impossível todos trabalhavam e jogavam para se manter, por ser ele um admirador da noite e boemia nestes tempos não deu muito certo essa combinação com a capital paulista, retornou para Mato Grosso em especial a cidade de Dourados onde se fixou, foi jogador da equipe do Operário e Ubiratan por longa data defendendo a equipe douradense.

Arquivo pessoal de Omenélio Hélio Bueno: Carteira de atleta campeonato de 1966 Liga desportiva de Amambay.

Mas sempre ele era chamado por equipes da fronteira em especial do Paraguai para jogar, quando o nome de Omenélio (Hélio Bueno) era anunciado nas rádios da região, era sinal de espetáculo e de estádio cheio para velo em campo.
Outra versatilidade era ser um excelente goleiro no futebol de salão, que era jogado com uma bola mais pesada a lateral era cobrada com a mão, ágil como um gato propiciava show em quadra, por longo tempo jogou para equipe da AABB de Dourados, um fato inusitado ficou gravado na história, em determinado jogo se iniciou a cobrança de penalidades Omenélio (Hélio Bueno) era o goleiro o mesmo vira de costas para seu adversário, partida empatada, na regra nada o impedia de estar de costas durante a cobrança, vaias, gritos, todos queriam ver o que iria acontecer, esperando que Omenélio (Hélio Bueno) se virasse antes do apito, mas somente depois que o árbitro apitou autorizando a cobrança que ele se virou e surpreendeu agarrando a bola do oponente arrancando aplausos de todos, um de muitos shows que ele proporcionava para plateia presente em seus jogos.
Omenélio (Hélio Bueno) foi funcionário da Prefeitura Municipal de Dourados, professor de artes marciais Caratê e Judô, após se aposentar retornou para sua cidade natal Ponta Porã onde reside até atualidade, frequenta o Conviver clube da melhor idade onde disputa jogos representado a entidade em competições dentro e fora do estado, saudoso dos tempos de jogador, mas satisfeito pela contribuição que deu ao futebol sul-mato-grossense.
Arquivo pessoal de Omenélio Hélio Bueno: carteira de instrutor em artes marciais.

Boatos que Omenélio (Hélio Bueno) teria falecido se espalharam no início dos anos 2000, o mesmo foi homenageado em Dourados e por entidades esportivas por onde passou, ele leva tudo na brincadeira, quando algum amigo destes tempos o encontra logo e leva um susto, o mesmo brinca dizendo “sou imortal”.

Resgatar fatos épicos de personagem fronteiriços que fizeram história e propiciar a novas e futuras gerações o conhecimento da memória histórica, sócia e cultural de um povo e sua região.

Pesquisador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Pós-graduado em Metodologia do Ensino em História e Geografia. Professor de qualificação profissional, gestão e logística (Programas Municipais, Estaduais e Federias). Professor coordenador da Rede Municipal de Educação, membro do Grupo Xiru do CTG – Querência da Saudade – Ponta Porã – MS.


domingo, 19 de outubro de 2014

1920 – Ponta Porã elevada à cidade

Decreto estadual transforma o município fronteiriço em cidade, abrangendo os distritos de Antônio João, Cabeceira do Apa, Lagunita e Patrimônio União. Com sede estabelecida na lombada do planalto de Maracaju, que lhe ameniza a temperatura, emparceirando-lhe as condições climatéricas com as do Paraná, data o seu início dos fins do século XIX, sendo de 10 de abril de 1900 a resolução que lhe reconheceu a existência, criando a paróquia respectiva. 
Feito município a 18 de julho de 1912 e elevado à categoria de comarca por lei de 23 de setembro de 1915, teve por base econômica os ervais, a que deve seu povoamento e os vastos campos onde se desenvolveu a pecuária e, mais recentemente, a produção de grãos, principalmente a soja e o milho.

FONTEEstevão de Mendonça, Datas Mato-grossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 219