A lenda do piano da madame Lynch, a
primeira dama a eterna companheira de López.
"As
mulheres são os arquitetos reais da sociedade." (Harriet Beecher Stowe).
*Yhulds Giovani Pereira Bueno.
Ao lado de um grande
homem sempre terá uma grande mulher, não diferente dos grandes estadistas e
imperadores López escolheu para sua companheira uma guerreira que o
acompanharia até seus últimos dias nos campos de batalha.
Muitas histórias e
lendas cercam a vida épica da madame Lynch amada e rejeitada por muitos em seu
tempo.
Vamos fazer uma breve
analogia de Elisa Alicia Lynch, pois segundo fontes
históricas nasceu em Cork cidade localizada na Irlanda, em 1834. Depois de ter
um breve casamento, isso ocorreu quando ela tinha 15 anos, seu primeiro marido
fora um renomado cirurgião francês. Lynch era uma bela irlandesa sua origem se
mostrou latente em suas atitudes firmes sempre apoiando López nos campos de
batalha.
“Madame
Lynch le dio a Solano López cinco hijos. Se transformó en la hacendada más
importante del país cuando Solano López le transfirió buenas partes del
Paraguay y porciones de Brasil a su nombre durante la guerra pero no retuvo
nada cuando la guerra terminó”. Fonte e imagem, http://narraciones.tripod.com/paraguay/cap07.html
Lynch conheceria
Solano López o herdeiro da dinastia “López” segundo relatos de pesquisadores,
historiadores e escritores em janeiro de 1854, em Paris, pois ambos
frequentavam a corte de Napoleão III, já neste período histórico foi feito
general e presidente, após a consolidação destes poderes López fora à Europa
para através de apoio adquirir barcos e armas. Lynch e López jamais se casariam
isso se deu devido a seu matrimônio anterior, mas juntos teriam cinco filhos.
Desta
maneira se tornou conhecida como "madame (senhora)" e muitas vezes
apontada como "cortesã" pelos opositores de López, esses críticos
ferrenhos (inflexíveis) nesse período histórico do estilo parisiense que López
impôs ao seu país, mas através deste estilo refinado de vida, ele foi incentivando
a música e a arte e concentrando enorme poder, o que fez acumular muitos inimigos
e também centenas admiradores fieis que o apoiariam até a sua morte.
Não vamos
nos aprofundar nos eventos que culminaram na guerra da “tríplice aliança a
Guerra do Paraguay” ou as circunstancias de acontecimentos épicos, e sim uam
narrativa histórica cercada de mistérios, que até os dias atuais ainda paira no
ar da região de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, fronteira essa que faz parte
do desfecho final da “Guerra do Paraguay”.
Segue fato transmitido
de forma “oral” por gerações, contado por quem conviveu e cresceu escutando as
histórias e lendas da região de fronteira, principalmente dos tesouros
escondidos durante a guerra, os famosos (achados ou enterros de López), que
antes da ”Retirada da Laguna”, evento esse que foi narrado e retratado no livro
de Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle
Taunay, primeiro e único visconde de Taunay, este fora um nobre aristocrata
brasileiro, que também em seu tempo exercia as profissões de: escritor, artista
plástico, professor, engenheiro, militar, historiador e sociólogo.
Muitas das comitivas
que acompanhavam López no período da guerra transportavam seus “tesouros” dos
mais variados e valiosos, madame Lynch também tinha os seus valiosos pertences,
entres esses um lindo piano de estilo europeu, que segundo a lenda (causo)
contada ecoava pelos campos e pelas serras quando tocado por ela, o som era tão
lindo que até os inimigos paravam para escutar.
“Nacido
en 1826, Francisco Solano López fue el segundo y último gobernante de la
dinastía López”. Fonte e imagem,
http://narraciones.tripod.com/paraguay/cap07.html
Segundo lenda (causo)
quando ouve a “Retirada da Laguna”, para proteger seus pertences, muitos
enterraram, outros enviaram a diferentes locais, mas madame Lynch segundo lenda
contada juntou todas suas joias como também ouro e prata, guardando tudo que conseguia
dentro de seu piano, segue história que durante a “Retirada da Laguna” e o
confronto final na região do “Cerro Corá”, o piano de madame Lynch desapareceu,
muito mistério e lendas cercam este fato da historia da guerra, que não consta
nos registros históricos ou nas enumeras bibliografias editadas dentro e fora
do continente, sobre o maior confronto armado da América do Sul, pois é
relatado pelos fronteiriços que contam suas histórias e lendas repassando de
geração em geração.
A lenda do piano de
madame Lynch e seus tesouros são rodeados de muitas histórias cheias de
mistérios. Uns dizem que o piano fora enterrado próximo da “Laguna”, outros que
fora levado junto com López para “Cerro Corá” e ainda esta escondido naquela
região, pois muitos que por ali passam, escutam o som do piano nas matas e
cerros, tem aqueles que contam através de seus causos da guerra, que fora
enterrado pela própria madame Lynch junto ao corpo de López, mas a maioria
defende que achado pelos soldados da “Tríplice Aliança”, o fato é que suas
riquezas despertam até hoje a cobiça de muitos que se pudessem, se aventurariam
para achar o piano de madame Lynch e todas suas riquezas épicas.
Mas alguns fatos foram
levantados por um historiador conterrâneo de madame Lynch o Irlandês Michael Lillis, desde que o seu trabalho de investigação se
intensificou, em 1999, alguns dos mitos em torno de "madame Lynch"
caíram, como a história de que teria morrido na miséria e sepultada como
indigente. Segundo Lillis, isso faz parte da mitologia positiva do sobre o
assunto.
Lillis em
visita a casa em que ela morreu, em 1886 relata que fora uma das melhores casas
de Paris em sua época, pesquisando sobre a história da bela casa, segundo
relatos repassados por gerações sobre casa Parisiense onde madame Lynch morou
até sua morte, que todos que passavam pela rua naqueles tempos escutavam um
lindo som de piano que saia de dentro da casa se misturando com o vento.
Outro ponto
levantado pelo pesquisador Lillis, é que madame Lynch fora sepultada em um
cemitério reservado somente as elites daquele período em Paris.
Hoje sua
bravura é respeitada, seus feitos heroicos e o fato de nunca ter abandonado
Lopez, fez com que todos de forma direta e indireta a reconheçam como heroína
em seu tempo.
Respeitar o
passado é reverenciar a todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para a
evolução história cultural de uma nação, pois história vira lenda e lenda vira
causo na região fronteiriça.
Pesquisador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Pós-graduado em Metodologia do Ensino de História e
Geografia. Professor
de qualificação profissional, gestão e logística (Programas Estaduais e Federais).
Professor coordenador da Rede Municipal de Educação.