quinta-feira, 26 de julho de 2018

PONTA PORÃ NA LINHA DO TEMPO/YHULDS BUENO: TERRITÓRIO IDENTIDADE: CONHECENDO A HISTÓRIA DE PONTA PORÃ ATRAVÉS DAS IMAGENS. A CRIAÇÃO DO 11º REGIMENTO DE CAVALARIA INDEPENDENTE O GUARDIÃO DA FRONTEIRA.


Yhulds Giovani Pereira Bueno

RESUMO. A pesquisa tem como objetivo análise historiográfico da criação do 11º RCI Regimento de Cavalaria Independente que posteriormente foi denominado 11º RC Mec. Regimento de Cavalaria Mecanizado. Não serão abordados os conflitos armados que ocorreram anteriormente e os desfechos pós-guerra da durante essa narrativa, ficam estes especificamente como um ponto de entendimento para compreensão da necessidade de criação e construção do 11º RC na fronteira. O Regimento de Cavalaria Mecanizado esta localizado no município de Pota Porã - MS, no estado de Mato Grosso do Sul,  é uma das dezenas de unidades existentes do Exercito Brasileiro. Subordinada a logística organizacional do Comando Militar do Oeste, que subsequentemente pertence à 9ª Região Militar e orgânica da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, com sede em Dourados.

PALAVRAS-CHAVE: Território Identidade; Regimento; Sentinela Avançada; Memória histórica Regional.

INTRODUÇÃO HISTÓRICA.

história do Exército Brasileiro começa oficialmente com o surgimento do Estado brasileiro, ou seja, com a independência do Brasil. Mobilizações de brasileiros para guerra  existem desde a colonização do Brasil, sendo as primeiras dignas de nota, as efetuadas contra as tentativas de colonização francesa no Brasil, nas décadas de 1550 e  de 1610. Ainda durante o período colonial, na Batalha de Guararapes, no contexto das invasões neerlandesas do Brasil, os efetivos portugueses eram formados majoritariamente por brasileiros (brancos, negros e ameríndios).
Após o golpe de Estado que instaurou a forma de governo republicano ao país, foi-se prometido aos militares o aumento em seus salários, assim como a instituição da reforma compulsória, alteração dos planos de organização do Exército, a reforma do ensino militar e a regulamentação de promoções visando aperfeiçoar a instituição. Entretanto, a reorganização do Exército limitou-se a aumentar o número de batalhões e regimentos, sem que fosse modificada a quantidade de militares. As promoções que foram concedidas pelo novo governo desrespeitaram a hierarquia, antiguidade e competência, tendo-se como critério apenas interesses políticos.  
11º RCI REGIMENTO DE CAVALARIA INDEPENDENTE

Imagem creditada a Albert Braud. Construção do pavilhão principal do 11º RC.



O presidente da República Epitácio Pessoa sanciona em 1919 o Decreto número 13.916 de 11 de dezembro, criando em Ponta Porã o 11º RCI (Regimento de Cavalaria Independente) é instalado no ano seguinte, sendo seu primeiro Comandante o Capitão Hipólito Paes Campos, construído a partir de 1921 na cidade de Ponta Porã. Sua missão, proteger a fronteira oeste do Brasil. A finalização da sua estrutura ocorreu anos mais tarde na década de 40.

Acervo Albertino Fachin. Foto créditos Albert Braud. Área do 11º RCI Regimento de Cavalaria Independente com estrutura e pavilhões de madeira foto década de 20.

Toda princesa precisa ser protegida não diferente a cidade fronteiriça Ponta Porã carinhosamente apelidada de “Princesinha dos Ervais” tem no 11º RC MEC, seu guardião sempre a postos para defender a honra desta região, há 99 anos protegendo a região de fronteira de qualquer invasão. 


Acervo Albertino Fachin. Foto créditos Albert Braud. Área do 11º RCI Regimento de Cavalaria Independente. observa se na imagem carros antigos Ford modelo T soldados e autoridades na área que seria as futuras instalações e construção dos pavilhões do 11 RCI com estrutura e pavilhões de madeira foto década de 20.


Acervo Albertino Fachin. Foto créditos Albert Braud. Área do 11º RCI Regimento de Cavalaria Independente, área localizada na Avenida Brasil onde se localiza o CIMPORÃ Clube de Oficiais e a extensão do Buracão (erosão).

Na década de 40 a fronteira inaugura a estrutura existente até os dias atuais do 11º RC, imponente e soberba com suas linhas arquitetônicas clássicas, mas acolhedora a todos os filhos desta terra que a ela irão servir. Desde sua criação ao longo das décadas muitos foram os valorosos soldados que serviram nesta unidade militar, o 11º RC MEC tem em sua história a participação de praças na segunda Guerra Mundial, como em várias colaborações em conjunto com a (ONU-Organizações das Nações Unidas), sendo as mais recentes no Haiti.
O Regimento recebe anualmente integrantes da EsSA, AMAN, EsAO, ECEME e do Centro de Instrução Paraquedista  Gen Penha Brasil, para a realização de diversos PCI (Pedido de Cooperação de Instrução). Devemos destacar, também, a participação do “Onze” nas Temporadas Hípicas do Troféu Guaicurus, onde o Regimento sempre se destaca, vencendo diversas provas. O Regimento Marechal Dutra vem se destacando, desde sua instalação em Ponta Porã - MS, cumprindo suas missões regulamentares e preparando seus homens para a defesa de nosso território. Seus integrantes, com grande espírito de vibração, continuam mantendo as tradições de seu passado histórico, honrando o “Sentinela Avançada da Fronteira”.
ACONTECIMENTOS ANTERIORES A CRIAÇÃO DO 11º RCI.
Anterior ao povoamento da região fronteiriça estes oriundos dos mais diversos lugares do país e do mundo, em especial de sulistas e paulistas. Os primeiros a se aventurar pelas vastas terras da região Oeste e Sul do Brasil, citados em arquivos históricos, pois tinham como objetivo desbravar a grande imensidão de terras da região de Mato Grosso, onde hoje é o Estado de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do sul, foram os bandeirantes: Antônio Castanho da Silva, Jerônimo Bueno e Jerônimo da silva no período 1622, Francisco Pedroso Xavier em 1638, Antônio Pereira de Azevedo e Raposo Tavares em 1648, Campos Bicudo 1691, Pascoal Moreira Cabral Leme 1718.
Buscando em memórias passadas, estas registradas em documentos, ou na grande maioria de forma oral, histórias repassadas de geração em geração sobre como iniciou o povoamento da fronteira é mencionado que, um dos primeiros fatos histórico registrado ocorreu no ano de 1777 quando uma expedição militar chegou a esta região fronteiriça, tendo como objetivo de explorar o solo, conhecer e mapear de forma mais precisa a extensão e todas as riquezas que aqui existiam, assim poderiam ver sua dimensão com uma maior precisão, sem contar que o fator que chamava a atenção seria o potencial na quantidade de matas e futuras terras para expansão, exploração e cultivo que esta região teria.
Passados quase um século depois no ano de 1862 chegou o grupo do tenente militar Antônio João Ribeiro que tinha como objetivo fixar um forte na cabeceira do rio Dourados, onde hoje é o município de Antônio João, erguendo ali a famosa Colônia Militar dos Dourados que foi destruída durante a guerra da tríplice aliança ficando este fato marcado na história, este local um ponto estratégico por ser uma cabeceira e ponto de parada a viajantes, tropeiros e utilizado pelo próprio exercito para reabastecimento e descanso, uma rota cobiçada na época que gerou um dos estopins do conflito armado que se seguiu.
A Guerra do Paraguai também conhecida como Guerra da Tríplice Aliança, na história da América Latina foi o maior conflito armado envolvendo quatro grandes nações sul-americanas, existem publicações históricas de ambos os lados sobre fatos ocorridos. Esse conflito ocorreu no período de 1864 a 1870 principalmente na região da província de Mato Grosso nessa época, tendo a região de Ponta Porã Brasil e Pedro Juan Caballero Paraguai, sendo a fronteira um dos principais pontos do desfecho deste conflito.
Segundo registros históricos nacionais na década 1930, assumiu o comando do 11º RC Regimento de Cavalaria neste período histórico o Tenente-coronel Eurico Gaspar Dutra, nascido em Cuiabá, 18 de maio de 1883, falecendo na cidade do Rio de Janeiro, 11 de junho de 1974, foi o décimo sexto Presidente do Brasil, em 1902 ingressou na Escola Preparatória e Tática do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, e, depois, na Escola Militar de Realengo e na Escola de Guerra de Porto Alegre, em 1922 formou-se na Escola de Estado-Maior. Dutra foi ministro da guerra de 1936 a 1945. Desta forma para homenagear tal celebre figura o 11º RC adotou o nome de Eurico Gaspar Dutra.

Segundo Acyr Vaz Guimarães, em seu livro "História dos Municípios (1992)", Pandiá Calógeras nessa época ministro da guerra, nomeou como diretor de engenharia da construção da organização militar, o major Cândido Rondom que já estivera em 1905 em Ponta Porã, ficando esse encarregado pela construção do quartel em 1921. Em 20 de março de 1991, através da Portaria Ministerial Nº 148, de 14 de março de 1991, o Regimento recebeu a denominação histórica de “Regimento Marechal Dutra”, o Marechal Eurico Gaspar Dutra, que comandou, como Tenente-Coronel, o 11º RCI no período de 16 de dezembro de 1930 a 11 de junho de 1931.

Na década de 40 a fronteira inaugura com muita festa e presença de autoridades locais a estrutura existente até os dias atuas do 11º RC imponente e soberba com suas linhas arquitetônicas clássicas, eis que surge como um “príncipe” que irá servir de guardião para a “Princesinha dos Ervais” Ponta Porã.


Ponta Porã Linha do tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio). Nesta foto autoridades políticas e do exercito brasileiro em um dos muitos eventos e solenidades cívicas realizadas desde sua criação década de 40.  . 


A formação de soldados de excelência era a marca do regimento, fundamentalmente para que isso ocorresse constantemente eram realizadas instruções de tiro para capacitar os soldados, preparando os mesmos para um eventual combate se necessário.


Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), Na imagem cabo Itrio e companheiros soldados do 11º RC PP realizando instrução e treinamento de tiro década de 40.  

Por ser um quartel de referencia e seus solados terem um bom curriculum, levou o 11º RCI ser convocado a enviar durante a 2ª Guerra Mundial, aos campos de batalha da Itália vários militares. Neste conflito armado do grupo de soldados enviados para a linha de frente do combate, infelizmente os soldados (Sebastião Ribeiro e Tomas Antônio Machado in memoriam) tombaram no cumprimento do dever, neste período histórico. Com o desfecho da guerra e seu término em 1946 o Regimento alterou sua denominação para 11º Regimento de Cavalaria o mesmo ficaria subordinado à 4ª Divisão de Cavalaria, então localizada na cidade de Campo Grande.


Ponta Porã Linha do Tempo. Arquivo pessoal de Nilza Terezinha: Foto do acervo de Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), Imagem de soldados do 11º RC realizando instrução e treinamento de sobrevivência na selva década de 40.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na tradição do Exército Brasileiro considera-se o dia 19 de abril de 1648 como aquele em que simbolicamente foram constituídas as raízes da mais antiga das três forças armadas nacionais. A data faz referência à Batalha dos Guararapes, envolvendo holandeses e luso-brasileiros e onde se reconhece que pela primeira vez, indígenas brasileiros, africanos escravos e brancos portugueses e brasileiros se uniram para reconquistar o território há anos ocupado pelos holandeses no nordeste do Brasil. Por isso mesmo, no dia 19 de abril comemora-se o Dia do Exército.
Na prática, a história do Exército brasileiro tem início, assim como a história da Marinha, com a independência do país. A separação do Brasil de sua metrópole não se deu de modo pacífico, houve resistência concreta nas províncias Cisplatina, Bahia, Maranhão e Pará, sendo necessária a atuação do exército, com destaque para Maria Quitéria, baiano que se disfarçara como homem para participar da luta, tendo se destacado no campo de batalha.
Conquistada a independência, o exército logo irá intervir na Guerra Cisplatina, que resulta na independência do Uruguai. O revés faz com que a diplomacia brasileira busque uma posição de não intervenção nos assuntos dos países vizinhos ao sul. Somente vinte anos depois o Brasil sente-se impelido a enviar tropas à região, ante a política expansionista de Juan Manuel de Rosas e Manuel Oribe, ditadores argentino e uruguaio, respectivamente.
Ainda no século XIX, os soldados do Exército tiveram a primeira grande experiência internacional, participando da Guerra do Paraguai. No conflito, a instituição se consolidou e reorganizou sob o comando de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, que é considerado por isso mesmo o patrono do Exército Brasileiro. O exército somente voltaria a se envolver em algum conflito na Segunda Guerra Mundial, organizando a FEB (Força Expedicionária Brasileira), onde, ao lado da Força Aérea teve uma participação importante na tomada da Itália Fascista pelos Aliados.
Atualmente, o Exercito Brasileiro tem a missão de defender o território e a soberania brasileira, garantir a manutenção da Lei e da Ordem, e ajudar a população em caso de calamidades. Importante também é ressaltar a participação do Exército na política brasileira desde a Proclamação da República, em 1889. Os dois primeiros presidentes vinham das fileiras do exército, e mais tarde, também teriam papel importante nos golpes de 1930 e 1964. Com a redemocratização em 1985, os militares voltaram aos quartéis e restringiram sua participação na vida nacional às suas funções constitucionais. Em nível internacional, entre os anos 1980 e a década inicial do século XXI, a participação do Exército na tarefa de reorganização do Haiti, país que passou por um colapso institucional, vivendo um período caótico.
Na década de 80 com a modernização dos contingentes militares no Brasil, ocorreu que no ano de 1985 com a vinda de diverso equipamento bélico moderno para a corporação, o Regimento novamente alterou sua denominação para 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado 11º RC MEC, subordinado à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, Brigada Guaicurus, já sediada na cidade de Dourados.
Segundo Amarilha 2012. De 1964 a 1985 o Brasil foi governado pelos militares, período conhecido como ditadura militar. Nessa ocasião, o Brasil viveu a mais dura, fechada, arbitrária, rigorosa e totalitária ditadura já implantada em terras brasileiras. O governo militar fechou sindicatos e entidades civis. Proibiu as greves e cassou mandatos de políticos da oposição. Perseguiu intelectuais e profissionais liberais, que se mostravam contrários ao novo regime. Nesse período, estabeleceu-se na política brasileira o autoritarismo, a supressão dos direitos constitucionais, a perseguição, a prisão e a tortura dos opositores, além da imposição de censura prévia aos meios de comunicação.

Esta é uma homenagem ao 11º RC MEC, que sua história, seja reverenciada no presente e no futuro. O 11º RC MEC está localizado na Avenida Brasil na área central ponto de entrada da cidade, desta forma vigilante, recebe os visitantes dando boas vindas a quem chega, protegendo Ponta Porã a “Princesinha dos Ervais”.

Analisar através de relatos e fontes históricas o cotidiano de um povo é perpetuar sua memória através da história e desta forma valorizar todos aqueles que direta ou indiretamente sempre contribuíram e ainda hoje contribuem para o desenvolvimento sócio econômico e cultural desta rica região de fronteiriça.

 


FONTES.

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Dourados, 10 de maio, de 1999, p. 02.

BITTAR, Marisa. Mato Grosso do Sul: do Estado sonhado ao Estado
construído (1892-1997).
2v. 2010, (fotos)

BITTAR, Marisa. Mato Grosso do Sul: do Estado sonhado ao Estado
construído (1892-1997)
. 2v. Tese (Doutorado em História) – FFLCH/USP,
São Paulo.
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FREIRE, Paulo Cezar Vargas. Historia os antigos domínios nos ervais do Paraguai (1538-1811). Campo Grande, MS. IHGMS – Instituto Historico e Geografico de Mato Grosso do Sul. 2014.
FREIRE. João Portela. Terra, Gente e Fronteira. Ponta Porã, MS. Borba, 1999.
FROÉS. Milton Batista. Aral Moreira e Juvenal Froés. Nos caminhos da erva mate na fronteira sul mato-grossense. Maringá, PR. Massoni, 2007.
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GUIMARÃES, Acyr Vaz. Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica. Campo Grande, MS: Editora UCDB, 1999.
GUIMARÃES, Acyr Vaz. Mato Grosso do Sul: História dos Municípios. Campo Grande: IHG/MS, 1992, Volume 1 Rio Brilhante, Maracaju, Ponta Porá, Antônio João, Bela Vista, Jardim, Guia Lopes e Nioaque.
LIMA, Astúrio Monteiro de. Mato Grosso de outros tempos / pioneiros e heróis. 2 Ed. São Paulo. Editora Soma. 1985.
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VERSEN, Max von. História da Guerra do Paraguai. Belo Horizonte: Itatiaia, 1976.

Pesquisador: Prof. Yhulds Giovani Bueno. Pós Graduado em Ensino de História e Geografia. UNIVALE Fac. Integradas do Vale do Ivaí. Mestrando do PPGDRS - Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos – UEMS yhuldsbueno@gmail.com

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Ponta Porã Linha do Tempo: Os caminhos do Marechal Cândido Rondon e sua contribuição para o desenvolvimento do Oeste do Brasil.

* Yhulds Giovani Pereira Bueno.

“A América pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas. Ao norte, o canal do Panamá, ao sul o trabalho de Rondon, Científico, Prático, Humanitário“ Teodoro Roosevel (ex-presidente dos E.U.A.). 



Fonte: Foto divulgação Projeto Rondon, O jovem sertanista.
Com o início da Republica no Brasil, o novo governo tinha uma preocupação que antes não era vista como prioridade do império, mapear de forma mais contundente a região localizada ao oeste do país e as faixas de fronteiras, pois eram isolados dos grandes centros os polos políticos e administrativos do país, além deste levantamento existia a necessidade de melhorar a comunicação entre estas extremidades.
O presidente Afonso Pena convoca o Major Cândido Rondon o mesmo terá a missão que nestes tempos era considerada quase impossível, ligar as regiões mais distantes do território nacional. Antes de propor ao major Rondon, o presidente o questiona – Acha possível realizar isso? Rondon responde ao presidente.  Para ser possível basta querer.
Antes de iniciar a narrativa sobre esta missão, que se tornou uma marca para nação e um dos maiores feitos de Rondon, faremos um breve resumo cronológico das principais feitos do inicio de sua brilhante carreira, desta figura que marcou seu tempo.


Foto publicada no livro: A vida dos grandes brasileiros. O jovem Cândido Mariano da Silva Rondon

Nasceu em maio de 1865. Em 1881 torna-se professor primário licenciado, 1883 matricula-se na Escola Militar, 1886 é encaminhado a Escola Superior de Guerra, 1889 e nomeado como ajudante da comissão de construção das Linhas Teleféricas de Cuiabá a Registro do Araguaia, 1890 Bacharelado em matemática, ciências físicas e naturais, promovido a 1º tenente, no mesmo ano nomeado tenente-substituto da cadeia de astronomia e mecânica, a convite de Benjamin Constant, 1991 assume o cargo de professor substituto na escola Militar, 1992 solicita exoneração do cargo de professor para assumir o cargo de chefe do distrito telegráfico de Mato Grosso, neste mesmo ano e promovido a capitão do corpo de Engenheiros Militares, 1893 participa da construção da estrada estratégica Cuiabá-Araguaia, 1898 assume o cargo de auxiliar técnico da Intendência da Guerra, 1900 chefe da comissão de construção das Linhas Telegráficas de mato Grosso, 1902 recebe a medalha de ouro por bons serviços prestados nos 20 anos de carreira militar, 1903 promovido a Major do corpo de Engenheiros militares, 1904 a 1906 constrói as linhas telegráficas de Cuiabá para o Interior de Mato Grosso até Bela Vista. Esta é uma pequena parte dos inúmeros feitos realizados por Rondon.
Foto publicada no livro: A vida dos grandes brasileiros. Acampamento em Bela Vista, as margens do Rio Apa.
A missão de ampliar as linhas telegráficas para o oeste do país foi dada ao militar Cândido Rondon que sem medir esforços iniciou a construção de novos caminhos, desta forma desbravando e mapeando as terras dentro do território nacional construindo os novos ramais e inovando na relação com os índios.
Este desafio teve seu início, desde então ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, entre Cuiabá e a região do Araguaia e uma estrada ligando Cuiabá a Goiás, no inicio do século XX a nova fase de construção foi entre Cuiabá e Corumbá alcançando assim as fronteiras do Paraguai e da Bolívia.
No ano de 1906 sua expedição encontrou as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira que se tornaria uma das maiores relíquias do Brasil e de Rondônia. Em 1907, no posto de Major  do Corpo de Engenheiros Militares,  foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio da Madeira, a primeira a alcançar a Região Amazônica , e que foi denominada Comissão Rondon. 

Foto publicada no livro: A vida dos grandes brasileiros. Inauguração da estação telegráfica de Aquidauana. “A Linha surgiu na direção de Aquidauana, sempre com grandes dificuldades de implantação, mas a º de agosto inaugurava-se a estação dessa vila. Daí para Corumbá, o terreno era mais difícil ainda. Havia locais de terreno arenoso, onde era preciso que se fizesse ponta nos postes. Estes se cravavam com o próprio peso, até encontrar argila”. 


Fonte: imagem e divulgação Projeto Rondon

Os trabalhos da Comissão desenvolveram-se no início do século XX, nesta mesma época era construída a ferrovia Madeira-Mamoré, que junto com o desbravamento e integração telegráfica de Rondon ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia.
A vida e a dedicação do Marechal Cândido Rondon foi um dos principais fatores para desenvolvimento da atual região Centro Oeste, as linhas telegráficas facilitaram a comunicação do desconhecido Oeste brasileiro com o restante do país.
Desde o início do século XX, com ajuda dos índios realizou a fixação dos postes e fiação desde Itaquirai, Piquiri e Corrientes, realizou a exploração do rio Taquari, na sequencia as linhas chegavam a Coxim deste ponto partia para alcançar as escarpas da serra de Maracaju rumando ao sul seguindo pelo rio Verde e Negrinho alcançando o rio Negro a fazenda Taboco, deste ponto chegando a Aquidauana, não demorou muito para atingir Corumbá e fazendas próximas, estendendo-se o ramal para Bela Vista e outro em direção a Porto Murtinho.


Fonte via morena extraída do livro “Rondon conta sua vida.” de: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 195. No amo de 1905 Rondon e sua comitiva passa pela região onde hoje é Ponta Porã. “Em sua viagem de inspeção ao Sul do Estado, após a extensão da linha telegráfica até Bela Vista, Rondon chega a Ponta Porã, povoado com rancharia de zinco e capim, numa planície imensa, sem rio que o abastecesse, apenas uma lagoa para servidão pública, havia, entretanto, nos arredores, cabeceiras que poderiam fornecer boa água aqueles 1000 habitantes, o comércio fazia-se com Concepción, através da célebre picada de Chiriguello, por onde passou Lopez na retirada para Cerro Corá, era a parte de Ponta Porã pertencente ao Paraguai, muito maior que a parte brasileira e chama-se hoje Pedro Juan Caballero, nome do patriarca da independência daquele país”.http://datasefatoshistoricos.blogspot.com.br/2011/03/26-de-julho.html
Rondon tem em sua descendência, bandeirantes paulistas e de espanhóis, também existe a origem de índios Bororo e Terena em sua árvore genealógica, nasceu em Mimoso no Mato Grosso, seu nome de batismo Cândido Mariano da Silva, com a permissão do Ministério da Guerra acrescentou o sobre nome de sua avó Rosa Rondon.

Fonte https://www.facebook.com/PontaPoraLinhaDoTempo/photo: Foto da visita do General Cândido Rondon ao 11º RC 1925. 
“Morrer se preciso for matar nunca!” Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
Sua contribuição para o desenvolvimento da região destacando o estado de Mato Grosso e futuro estado de (Mato Grosso do Sul) foi crucial, graças sua coragem, pois se algo desta magnitude fosse tardia o próprio desenvolvimento também seria.
Seus feitos foram reconhecidos nacional e internacionalmente, recebeu títulos em vários países, destaca se a homenagem da Sociedade Geográfica de Nova York, neste local existe um livro exposto ao publico, nele contêm cinco nomes escritos em letras de ouro maciço exaltando os feitos de tais figuras para o desenvolvimento da humanidade em seu tempo, um destes nomes é de Marechal Cândido Rondon “o explorador que mais se avantajou em terras tropicais” uma honraria que atravessará o tempo.
O Brasil rendeu lhe homenagem em 1956, alterando o nome do antigo Território Federal do Guaporé para Rondônia. O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon faleceu aos 92 anos em 19 de janeiro de 1958 deixou uma lição de vida de um grande desbravador humanitarista para novas e futuras gerações.
Pesquisador: Yhulds Giovani Pereira Bueno. Professor da Rede Municipal de Educação, qualificação profissional, gestão e logística (Programas Estaduais e Federais). Professor Tutor das Faculdades Anhanguera Polo Ponta Porã.











sexta-feira, 10 de julho de 2015


Ponta Porã Linha do Tempo: Foto histórica do CASTELINHO, uma imagem que mostra a bela construção ainda intacta, observando percebe se que a guarita frontal  ainda não existia. 


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ponta Porã Linha do Tempo: “CASTELINHO” Retratos de uma história. Símbolo material da memória histórica, política e cultural de Ponta Porã e região fronteiriça.


*Yhulds Giovani Pereira Bueno


“Sem cultura moral não haverá nenhuma saída pra os homens” (Albert Eisten).


Foto de Albert Braud, meados da década de 20 séc. XX. Construção do castelinho foi financiada pela Cia Mate Larangeiras, famoso prédio histórico localizado na cidade de Ponta Porã MS próximo à antiga Estação da NOB-Noroeste do Brasil.

O castelinho é um prédio histórico da região fronteiriça, localizado na cidade de Ponta Porã, Mato Grosso do sul, construído na década de 20 para abrigar o governo do novo Território Federal de Ponta Porã, um território federal brasileiro, em 13 de setembro de 1943, conforme o Decreto-lei n.º 5 812, do governo de Getúlio Vargas, o território foi extinto em 18 de setembro de 1946 pela Constituição de 1946, e reincorporado ao então estado de Mato Grosso. Vale ressaltar que seu governador durante os três anos de existência do Território de Ponta Porã foi o Militar Ramiro Noronha.
Com o fim do Território Federal, o castelinho passou a ser utilizado como quartel e (cadeia), para abrigar os prisioneiros da região fronteiriça, que futuramente dependendo do grau de periculosidade eram encaminhados nesses tempos para a Capital Cuiabá ou a cidade de Campo Grande.


Foto arquivo pessoal de Luiz Alfredo Marques Magalhães, publicado no livro Um Homem de Seu Tempo 2011. Membros do Aero Clube de Ponta Porã, ao fundo o castelinho. 1945.


Foto de Albert Braud 1926. Arquivo pessoal de Luiz Alfredo Marques Magalhães, publicado no livro Um Homem de Seu Tempo 2011. Obra da CIA. Mate Laranjeira. Consta que o prédio foi utilizado pelo antigo Ginásio São Francisco (escola de ensino fundamental neste período histórico) nas décadas de 50 e 60.


Para quem não conhece o local desta magnifica estrutura e tem curiosidade, o castelinho fica no bairro Noroeste perto ao antigo prédio reformado da estação ferroviária onde hoje e instalada a SEJUL e FUNDAC, o castelinho cuja construção foi épica em seu tempo para fronteira, pois seu estilo e imponência se destacavam, recebeu figuras importantes da sociedade fronteiriça e política da época, como também e conhecida por suas ricas lendas que envolvem o local, hoje o castelinho se encontra com sua estrutura praticamente toda comprometida se deteriorando consumida pelo tempo.

Foto arquivo de Andreia Moreno: imagem do castelinho dias atuais, professor pesquisador Yhulds Bueno em visita ao local histórico. Parte frontal e guarita.


Foto arquivo de Andreia Moreno: imagem do castelinho dias atuais, professor pesquisador Yhulds Bueno em visita ao local histórico, estrutura clássica que mantem ainda mesmo que o tempo contribua para o desgaste o Brasão Federal e o Brasão de Armas em sua fachada.


Foto arquivo de Andreia Moreno: imagem do castelinho dias atuais, professor pesquisador Yhulds Bueno em visita ao local histórico, reforço de grades que comprovam que este local foi utilizado como cadeia em outros tempos.


Foto arquivo de Andreia Moreno: imagem do castelinho dias atuais, professor pesquisador Yhulds Bueno em visita ao local histórico, parte dos fundos do prédio em destaque o muro reforçado de proteção e o segundo piso sacada superior do castelinho, que proporcionava uma visão privilegiada de parte da cidade.

Existe um movimento que vem tomando corpo de entidades publicas privada e política em prol da restauração do castelinho e transformação do mesmo em um museu esta sendo viabilizado projeto para que isso ocorra o mais breve possível, algo que eu já tinha comentado em um artigo por mim publicado em 2013, sobre a necessidade de uma preservação deste prédio, que é um patrimônio importante para a cultura e memória da fronteira, uma ação conjunta possibilitará que o sonho se torne real.

Relembrar fatos históricos que de alguma maneira contribuíram para o desenvolvimento de uma região em seu tempo e proporcionar aos cidadãos o conhecimento de acontecimentos épicos que marcaram uma geração.





A Arma.

A arma mais devastadora já foi inventada há tanto tempo que se tornou esquecida, apesar de estar sempre ativa passa despercebida, mas tem o dom de ferir mais do que mil bombas e ser mais devastadoras que o próprio apocalipse.

Essa arma e a palavra e sua tecnologia a língua, ambas são capazes de destruir de forma catastrófica, famílias, amizades, empregos, cidades, estados, país e o mundo, tal e seu poder midiático.

Respeitar o espaço para ser respeitado, lutar por igualdade sem ser desigual ao próximo, instigar sem desrespeitar o outro, saber que cada ser tem sua individualidade, crença, sua cultura e costumes que devem ser respeitados por quem segue e por todos a sua volta.

A língua deve ser mantida em seu lugar, pois sua ação desmedida já ocasionou guerras, tragédias e dramas. Uma palavra dita fere mais do que a pior arma já inventada, o ferido não esquece a ferida cicatriza, mas continua doer. Não seja você a ferir alguém guarde para si, para não magoar um filho um ente querido amigo colega de trabalho, pois você o esquece, mas ele nunca se esquecerá de você! 

O preço da palavra mal dita se paga durante a existência nem antes e nem depois, mas agora!
O Tempo


Amigo cruel, pois ele não para, e no seu ritmo frenético e ao mesmo tempo de calmaria, segue, o agora já passou, o ontem é passado o depois o futuro, que já chegou agora em um ciclo constante no tempo, como a areia que escorre na ampulheta. 

Tempo que me deixa no passado, me carrega no presente e me enche de mistério sobre o futuro, que se faz agora neste tempo.

Tempo todos precisam de mais tempo, queremos mais tempo, mas o que fazemos do tempo, preciso de tempo para pensar em todo esse tempo que preciso para refletir sobre o tempo.

Lembro-me do passado da ingenuidade da criança perdida no tempo, da impetuosidade do jovem que tinha todo tempo, da realidade do presente do homem que tem pouco tempo e no futuro do ancião que aproveitara melhor o seu tempo.

Diz o velho sábio já calejado pelo tempo uma frase escrita em algum lugar, "Que o passado é uma lembrança, o futuro um mistério e o agora uma dádiva divina dada pelo Grande Mestre Deus em seu amor fraterno, por isso se chama presente".

Viva não perca mais tempo pensando no tempo que teria se não perdesse tanto tempo.